22/08/2023


Cotidiano Educação Região

Em Pinhão, estudantes e administração discutem gratuidade do transporte universitário

Secretária de Educação diz que município não tem condições de manter 13 linhas gratuitas. Alunos reivindicam manutenção dos serviços até abril

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Para o ano letivo de 2019, Prefeitura tem disponível cinco ônibus em boas condições de circulação (Foto: Ascom/Prefeitura de Pinhão)

Estudantes de Pinhão estão se mobilizando para discutir com a administração municipal a manutenção do transporte universitário gratuito responsável por levar alunos de graduação e cursistas para aulas em Guarapuava. Isso porque, de acordo com a secretária de Educação e Cultura, Maria Aparecida de Oliveira Santos, o município não possui mais condições financeiras de manter o serviço.

Nesta quarta feira (9), às 19h, os 14 alunos da cidade que compõem a comissão de estudantes se reunirão com o prefeito em exercício, Beraldo Amaral. Eles solicitarão à administração que o serviço gratuito seja mantido, minimamente, até abril, para que os alunos possam se organizar financeiramente. Segundo a secretária, o pedido é inviável, tendo em vista as condições em que alguns veículos se encontram.

“Nós fazemos, atualmente, 13 linhas de transporte. Mas não podemos continuar com essa oferta já que alguns desses veículos estão em condições precárias e sua manutenção não é mais viável. Hoje, nossa proposta é ofertar cinco ônibus da prefeitura, que estão em boas condições de circulação e poderão realizar o transporte de sete linhas. Para os demais, nossa sugestão é que seja contratada uma empresa pela Associação dos Estudantes e seu custo, dividido entre os alunos usuários”, declarou.

Gestão atual adquiriu dois veículos em 2017. O investimento foi de R$ 120 mil (Foto: Ascom/Prefeitura de Pinhão)

Ainda de acordo com Maria Aparecida, o valor a ser pago pelos estudantes referente aos sete ônibus contratados seria, em média, de R$ 80. Em Pinhão, desde 2005, os usuários tem acesso ao transporte de modo gratuito. Mas, fatores atuais como aumento do preço do combustível e gastos frequentes com manutenção dos veículos, aumentaram os gastos públicos.

“Em 2017, nós gastamos cerca de R$ 1,2 milhão com o transporte universitário. Já no ano passado, tivemos um acréscimo com gastos totais de R$ 1,5 milhão. Não temos orçamento para manutenção destes veículos que estão com os motores comprometidos, por exemplo. Por isso, não é possível manter essa oferta. Estamos buscando alternativas”.

Veículos antigos foram adquiridos por gestões anteriores há mais de dez anos (Foto: Ascom/Prefeitura de Pinhão)

DEMANDA

Na Prefeitura de Pinhão, somente em 2018, foram emitidas 1.000 carteirinhas de usuários do transporte universitário, que inclui estudantes de ensino superior e alunos de cursinhos. O transporte é realizado do interior para a sede e, ainda, até a cidade de Guarapuava.

Ana Flávia Caldas do Pilar tem 20 anos, reside em Pinhão e cursa Matemática na Unicentro. Ela é uma dos 14 estudantes que integram a comissão e buscam diálogo com a administração municipal na reunião desta quarta. Segundo ela, o grupo quer a gratuidade do transporte universitário, sem exclusão das linhas que trazem os alunos do interior até a cidade. Uma contraproposta foi enviada pelos estudantes à secretária, que negou o pedido.

“Ela recusou alegando que não haveria negociação, então, entramos com um processo através de abaixo assinado para conseguir o transporte por meio de petição pública”, declarou a estudante.

Estudantes estiveram na Câmara de Vereadores na noite da última sexta feira (4) (Foto: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu)

Além de debater sobre a demanda com o prefeito em exercício, os estudantes também já se mobilizaram na Câmara Municipal. Na sexta feira (11), uma reunião geral vai reunir, novamente, os estudantes.

“Essa taxa, mesmo que pequena, a qual teremos que pagar caso tivermos mesmo que contratar os sete ônibus, alguns alunos não tem condições ou não estão ainda preparados financeiramente para ela. Então, estamos entrando com o processo para conseguirmos que o transporte universitário se torne um direito dos estudantes pinhãoenses”, declarou Ana Flávia.

Cristina Esteche

Jornalista

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