O ex-governador Beto Richa, seu irmão Pepe e outras 31 pessoas foram denunciados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e por formação de organização criminosa. As denúncias foram oferecidas pelo Ministério Público Federal nesta segunda feira (28).
De acordo com o MPF, o suposto esquema criminoso, que perdurou por cerca de 20 anos, durante vários governos, desviou R$ 8,4 bilhões por meio de recursos arrecadados com o reajuste da tarifa de pedágio do Anel de Integração do Paraná, malha de rodovias do estado, além de obras e concessões, em troca de vantagens indevidas.
Foram denunciados o ex-governador, acusado do recebimento de R$ 2,7 milhões em propina, empresários e um ex-diretor da empresa estadual de logística, informou a Agência Brasil.
Os crimes são relacionados às investigações da Operação Integração, desdobramento da Lava Jato. Uma delas é contra os irmãos Richa, acusados de comandar o esquema de propina das rodovias do Anel de Integração, e mais oito agentes públicos.
A outra acusação, relacionada a empresários, envolve os ex-presidentes das concessionárias Econorte, Viapar, Ecocataratas, Caminhos do Paraná, Rodonorte e Ecovia.
Segundo o MPF, as irregularidades começaram em 1997, segundo o MPF. De acordo com o procurador da República Diogo Castor de Mattos, esse é o maior desvio de dinheiro já comprovado da história do Paraná.
O tucano está preso desde a sexta (25) no Regimento de Polícia Montada da PM (Polícia Militar), no bairro Tarumã, em Curitiba. Seu contador, Dirceu Pupo, também foi detido, mas levado à Casa de Custódia, em Piraquara, na região metropolitana da capital.
A defesa de Richa alega que os fatos apresentados pelos procuradores da República foram devidamente esclarecidos, “não restando qualquer dúvida quanto à regularidade de todas as condutas praticadas.”
Em setembro do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes libertou o ex-governador. No entendimento dos advogados, o novo decreto de prisão desrespeitou a decisão do ministro.