O ex-governador Beto Richa (PSDB) e outras 31 pessoas agora são réus na ação do pedágio, acusados de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A denúncia foi divulgada nesse domingo (10) no âmbito da Operação Integração.
De acordo com o Ministério Público Federal, entre os réus estão Beto Richa, seu irmão Pepe Richa, o ex-secretário de Comunicação do Paraná, e também Deonilson Roldo, Ezequias Moreira, Nelson Leal Junior, ex-diretor do DER e delator do caso. Eles são acusados de desviar R$ 8,4 bilhões por meio do aumento de tarifas de pedágio do Anel de Integração, e de obras rodoviárias não executadas. A propina paga em troca dos benefícios, conforme os procuradores, foi estimada em pelo menos R$ 35 milhões.
Porém, de acordo com o procurador Deltan Dallagnol, o prejuízo vai muito além e se estende sobre toda a cadeia produtiva do estado do Paraná que deixou de se valer de uma infraestrutura adequada. “Nós temos uma infraestrutura de rodovias muito pior do que nós deveríamos ter”.
Segundo o MPF, o esquema de pagamentos de propina pelas concessionárias de pedágio começou há cerca de 20 anos, elevando as tarifas de pedágio pagas pelos usuários, e fez com que apenas 25% das obras previstas fossem feitas. Do compromisso de duplicar 995,7 quilômetros de rodovias no início dos contratos, apenas 273,5 quilômetros foram duplicados.