22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

‘Mulher Alerta’ será lançado nos bairros mais violentos de Guarapuava

Programa será lançado pela Secretaria de Políticas Públicas pelas Mulheres no dia 8 de março para os bairros Boqueirão, Vila Bela, Morro Alto e Industrial

GUARAPUAVA- FOTO DE CAPA

Aproximar as ações e os serviços da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres de Guarapuava daquelas que ainda desconhecem a estrutura local. Descentralizar o trabalho desenvolvido no município e engajar a comunidade na luta pelo fim da violência contra a mulher. Estas são as principais propostas do programa Mulher Alerta, que será lançado pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres de Guarapuava na próxima sexta feira (8), no dia Internacional da Mulher, uma proposta inovadora nas ações da pasta.

“Nós recebemos o boletim de ocorrência da Polícia Militar todos os dias, pegamos o boletim e vamos visitar essa mulher. Quando nossa equipe bate lá, nós perguntamos: ‘conhece a secretaria da mulher? Conhece o CRAM?’ Elas dizem: ‘não!’ Elas nunca ouviram falar. Percebemos que nossas ações são para agentes públicos que vão atuar, um dia com as mulheres em situação de violência. O pessoal da saúde, da educação. Mas, direto na comunidade, é a primeira vez que faremos”, disse a secretária Priscila Schran.

(Foto: Lirian Bail)

Para facilitar essa aproximação, a equipe da secretaria mapeou os bairros com maiores índices de violência contra a mulher e planejou ações ao longo de um ano em quatro deles. O programa colocará em alerta as mulheres e as instituições das comunidades na busca pela equidade de gênero nos bairros Boqueirão, Vila Bela, Morro Alto e Industrial.

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“Mapeamos e estamos visitando as instituições governamentais e não governamentais que fazem parte dos quatro bairros. São instituições de ensino, unidades de saúde, associações de moradores, grupos de escoteiros e comunidades católicas convidadas a participar. As ações nestas instituições em cada bairro duram três meses para que todas compreendam a importância de combater a violência, de fazer a prevenção, de criar uma sociedade com equidade entre homens e mulheres”.

Na parceria com as instituições, haverá panfletagem de casa em casa dos bairros, apresentando o trabalho guarapuavano. Em cada bairro, as ações durante os três meses serão definidas a partir de demandas da própria comunidade.

“No Boqueirão, por exemplo, que será o primeiro bairro, o colégio pediu formação para os professores, a associação dos moradores pode pedir, por exemplo, reuniões no clube de mães. A demanda virá da própria comunidade. Queremos nos inserir na realidade deles. Por isso, em cada bairro será feito um trabalho diferente. Queremos que as pessoas, por onde elas olharem, elas saibam que nós temos estruturas de políticas públicas para isso. Talvez antes a gente não tivesse. Mas agora nós temos. É importante que a comunidade saiba que Guarapuava não vai tolerar esse tipo de violência”, declarou.

Além disso, a secretária destacou ainda a importância de toda a comunidade se perceber como agente transformador e responsável por essa mudança.

Às vezes a gente olha e acha que esse tipo de problema não é com a gente. Eu não sofro com isso, minhas amigas não sofrem com isso, mas eu faço parte de uma comunidade e pessoas desta comunidade estão sofrendo violência doméstica. Queremos que haja esse engajamento.

PROGRAMAÇÃO

No dia 8 de março, as ações terão início às 14h, na Arena Tancredão, no bairro Boqueirão. Até às 19h, diversas oficinas culturais irão compor a programação. São elas: oficina de empreendimento e comportamento empreendedor, oficina vivencial: construindo pontes, oficina de lettering (criação de letras desenhadas à mão), oficina de autoconhecimento do parto, oficina de ginecologia natural, reiki (terapia energética para relaxamento) oficina de abayomi (artesanato de boneca afro-brasileira), oficina mulher empreendedora, oficina de combate a violência contra a mulher, yoga, dança circular e oficina de ikebana (arranjos de flores).

Vale destacar que após o lançamento, ao longo dos próximos três meses ocorrerão as atividades nas instituições do bairro.

Cristina Esteche

Jornalista

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