*Reportagem atualizada às 22h41 do dia 20/03 para inclusão de informação.
Apesar do Ministério Público do Trabalho (MPT) ter requerido o bloqueio de valores do Hospital Santa Tereza no valor de R$ 800 mil para pagar débitos trabalhistas junto aos funcionários, a Assessoria de Comunicação do órgão informou nesta quarta feira (20), que ainda não há decisão da 2ª Vara do Trabalho de Guarapuava sobre o bloqueio.
“Em consulta aos autos do processo, efetuada nesta data às 13h50, não consta qualquer documento que certifique a realização do bloqueio de valores requerido pelo Ministério Público do Trabalho”, informou a assessoria.
Os 360 funcionários do Hospital Santa Tereza que deveriam ter recebido os salários de fevereiro no último dia seis deste mês, ainda aguardam o pagamento. Os atrasos já viraram rotina no HST, que enfrenta mensalmente dificuldades para honrar a folha de pagamento. No dia sete de março, o administrador do hospital, Francisco Cogo informou que a demora no repasse por parte do Estado, tem causado o atraso no pagamento, e que a Secretaria Estadual de Saúde deveria liberar os recursos até 16 de março.
“Deverá se repetir a situação do mês passado, a qual repercute negativamente para o hospital. Estamos vivendo um momento bom para nos depararmos novamente com ameaça de greve”.
Como os recursos não foram liberados pelo governo, como deveria ocorrer mensalmente, o MPT ajuizou Tutela Cautelar Antecipada junto à Justiça do Trabalho de Guarapuava no dia 9 de março, requerendo em caráter de urgência, o pagamento dos salários atrasados aos funcionários no prazo de 72 horas, o que também não aconteceu.
Em entrevista ao Portal RSN sobre o atraso no pagamento e o requerimento de bloqueio que ainda aguarda decisão da justiça, o administrador do hospital, Francisco Cogo afirmou que não se trata de um pedido do MPT.
“É uma intimação da 2ª Vara do trabalho de Guarapuava, que solicitou algumas informações em prazo de 72 horas. As informações solicitadas foram prestadas nesta última segunda (18), conforme prazo. O bloqueio citado é uma condição para caso as informações não fossem prestadas e/ou, se prestadas, não acatadas pela juíza”.
Mas a nota do MPT diz que “o Ministério Público do Trabalho ajuizou Tutela Cautelar Antecipada junto à Justiça do Trabalho de Guarapuava em 09/03/2019, em que requereu, em caráter de urgência, o pagamento dos salários atrasados aos empregados do Instituto Virmond no prazo de 72 horas, o que foi deferido pelo juízo”.
De acordo com o administrador, havia expectativa que o pagamento saísse nessa terça (19), já que é às terças e quintas que o Estado faz o repasse. Mas segundo Cogo, foi recebido apenas recurso do HOSPSUS suficiente para efetivar o pagamento do benefício de férias do mês, referente a 24 funcionários, no valor de R$ 66.725,36. Como o salário não foi pago ainda, o MPT pediu o bloqueio de valores do HST.
O presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviço de Saúde de Guarapuava, Alcione de Jesus Domingues, afirmou que não existe ainda possibilidade de greve, já que a promessa de pagamento foi feita para esta semana.
“Se for fazer uma assembleia agora, tem todos os trâmites, são 72 horas para eu avisar todos os órgãos responsáveis que enviam pacientes para o hospital em que ficaríamos em estado de greve. Então passaria do prazo que eles deram que seria essa semana para efetuar o pagamento”.
De acordo com o presidente do sindicato, os funcionários estão desolados com o atraso deste mês. Se a história se repetir em abril, poderá haver greve. “Estamos conversando com os funcionários, nos mobilizando para que se isso ocorrer no próximo mês aí sim, devemos decidir em assembleia pela paralisação.”
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