O Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg) está com uma agenda de ações para amplificar a mobilização desta sexta (14), engrossando a Greve Geral chamada pelas centrais sindicais de todo o Brasil. As atividades agendadas pelos professores da UEPG se somam à programação da Frente Ampla Democrática (FAD), que reúne trabalhadores, estudantes e movimentos sociais e sindicais na mobilização contra a Reforma da Previdência e os cortes na educação superior.
De acordo com o o professor Arcelio Benetoli, integrante da direção do Sinduepg, a categoria entende que se trata de um ataque ao direito à aposentadoria. “Na nossa percepção, se o Brasil está em crise, são outras formas que devem ser escolhidas para superar essa crise. E os municípios do interior do Brasil, a exemplo de Ponta Grossa, vão sofrer drasticamente com a Reforma da Previdência, porque vai tirar muito dinheiro da economia das cidades. Aquilo que momentaneamente pode parecer uma economia vai ser um prejuízo principalmente para as pequenas e medianas cidades do interior do Brasil”.
A programação teve início às 7h com um piquete unificado, envolvendo professores, funcionários e estudantes, participações manifestas através da aprovação unânime pela adesão à Greve Geral em assembleias do Sinduep, Sindicato dos Técnicos e Professores da UEPG e Diretório Central dos Estudantes, respectivamente.
A concentração está sendo nos campi Uvaranas (portal) e Central (entrada do Restaurante Universitário, pela Rua Penteado de Almeida) e conta com um café solidário, onde os presentes são convidados a contribuir para o lanche a gosto.
Às 9h os grupos se unem ao 1º Ato Unificado da Frente Ampla Democrática (FAD) na Praça dos Polacos, que fará, em seguida, a 1ª Marcha da Greve Geral em direção ao Parque Ambiental. A previsão é que o movimento reúna participação expressiva dos trabalhadores, uma vez que as mais diversas categorias estarão presentes em mobilização. Para o período da tarde estão programadas atividades culturais na Praça da Igreja dos Polacos, com música, poesia, produção de cartazes e concentração.
Às 17h30, professores, funcionários e estudantes se concentram novamente em piquete unificado no Campus Central, na entrada do RU. E, às 19h30, adesão à 2ª Marcha da Greve Geral, com saída da Igreja dos Polacos até o Parque Ambiental.
Além das a questões de âmbito federal, o Sinduepg defende uma pauta de mobilização mista, com reivindicações também na esfera estadual.
“Aqui no Paraná os servidores estaduais estão com defasagem salarial por conta da não reposição das perdas inflacionárias desde janeiro de 2016 acima de 17%. Isso significa que se você precariza a condições de trabalho do servidor público, isso impacta diretamente no serviço público. Por isso, nós lutamos também pela reposição salarial de todo o funcionalismo público. Dinheiro nós sabemos que há, sim. Mas os recursos têm uma destinação que não é o que entendemos como prioridade. Sabemos que 44% de todo o orçamento da União é destinado ao pagamento de juros e amortização da dívida pública. Ou seja, esse sistema irracional da dívida pública é o que drena todos os recursos públicos, o que exclui os serviços públicos de qualquer prioridade dentro do Governo”, enfatiza o presidente do Sinduepg, Marcelo Ubiali Ferracioli.
EDUCAÇÃO E FOCO NA SAÚDE
Arcelio Benetoli destaca que, aliada à luta contra a Reforma da Previdência, há a defesa da educação pública. “Somos defensores irrestritos da educação pública e gratuita. Toda a sociedade consegue perceber que a Universidade Estadual de Ponta Grossa traz benefício social, cultural, científico e econômico muito grande para os Campos Gerais. Defender a Universidade é um dever de toda a sociedade. Chamamos toda a sociedade a aderir conosco às atividades desta sexta feira de 14 de Junho, paralisando tudo para dizer em alto em bom tom que nós não vamos aceitar nenhum ataque à aposentadoria e à Educação Pública”, analisa.
Benetoli argumenta ainda que os ataques sofridos pela educação pública, tanto em âmbito federal quanto estadual, atingem diretamente a saúde pública. “Com os cortes, as Universidades são afetadas. Mas isso não significa somente Educação, tem a ver com Saúde também, porque os recursos repassados aos Hospitais Universitários, que atendem gratuitamente a população que mais precisa, também estão sendo cortados. Quem sofre com isso é a população que mais precisa dos serviços públicos”, esclarece.