A deputada estadual Cristina Silvestri (Cidadania) é a primeira Procuradora da Mulher na Assembleia Legislativa do Estado. Porém, a missão da guarapuavana não será fácil. Ativista pelos direitos e atuante contra a violência do gênero, Cristina Silvestri vai fiscalizar os programas de governo. Além disso, criar campanhas para incentivar a igualdade de gêneros. Cabendo também o empoderamento e as ações de políticas públicas. Além de promover audiências com a participação da comunidade para garantir a defesa dos direitos da mulher.
Ao assinar o termo de posse nesta terça (2), a deputada enfatizou a importância do desafio que representa o comando da Procuradoria.
Para mim será um desafio, mas, ao mesmo tempo, é uma honra assumir esse posto. Afinal, precisamos fortalecer as políticas públicas para sairmos dessa posição de 5º país com maior número em violência contra a mulher
Entretanto, os números divulgados durante a posse, assustam. No Brasil, 12 mulheres são vítimas de feminicídios todos os dias. E tem mais: uma mulher é morta a cada duas horas no país, simplesmente pela condição de ser mulher. A maioria por não querer manter os seus relacionamentos afetivos. Os dados são do Núcleo de Estudos da Violência da USP e Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Para o presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB), a Procuradoria vai “zelar pela defesa dos direitos das mulheres”. Além de receber, examinar e encaminhar aos órgãos competentes as denúncias de violência e discriminação de gênero. O deputado disse ainda que a Alep quer valorizar as mulheres paranaenses. “Estamos criando mecanismos para que aquelas que sofrem de qualquer tipo de violência e não têm voz, possam ter mais esse canal com a grande rede de proteção”.
A EXPERIÊNCIA
Segundo Adriane Domingues, da secretaria Nacional de Justiça, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, tem observado que a experiência de sucesso da Procuradoria nacional vem sendo replicada em estados e municípios.
Entretanto, observou que apesar da baixa representatividade no Congresso e também no Poder Judiciário, onde apesar de serem 35% das servidoras, apenas 17% das mulheres atuam nas cúpulas.
Para ela, a criação da Procuradoria serve de estímulo para que as mulheres alcancem novas posições de poder na sociedade. “Estamos felizes com o Paraná seguindo esse exemplo”.
Para a promotora de Justiça de Ministério Público de São Paulo, Maria Gabriela Prado Mansur. “Isso demonstra que o poder público, o sistema de Justiça e o Ministério Público estão enfrentando o desafio de proteger a dignidade das mulheres. Em especial daquelas que esperam por justiça, pela execução das leis e de políticas públicas, para que sejam líderes de suas próprias vidas”.