A decisão sobre a reposição salarial do funcionalismo público no Paraná ficou mesmo para agosto. Nesse sentido, a reunião que aconteceu entre a Bancada da Educação, governistas, o Fórum de Entidades Sindicais (FES) e a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Paraná nesta quarta (10) buscou, novamente, um entendimento.
Entretanto, a decisão ficou mesmo nas mãos dos grevistas em assembleia que deverá ser agendada. Conforme o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB), objetivo era ouvir, novamente, os manifestantes e tentar mediar um acordo entre os servidores em greve e o Governo do Estado para acabar com a paralisação.
“Volto a repetir. O trabalho da Assembleia e dos deputados é fundamental para tentarmos resolver esse impasse. Estamos em busca desse entendimento”.
Porém, segundo Marlei a questão da data-base ainda é o ponto mais difícil da negociação. “Ainda é um parâmetro muito difícil. O Governo continua trabalhando com os 2% em janeiro. Agora vamos submeter todas as ações aos comandos de greve para avaliar”.
De acordo com a assessoria de imprensa da liderança do Governo na Alep, a reunião confirmou a proposta do governo em relação á data-base. “O Governo quer conceder 2% em janeiro de 2020 e o restante nos anos seguintes”, disse o assessor ao Portal RSN.
RENÚNCIAS FISCAIS
Em Guarapuava, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Superior da Unicentro (Sintesu) lembrou, nesta quarta, que com a data-base congelada desde 2016, os servidores já acumulam uma perda salarial de 17%.
Conforme o Sintesu, os trabalhadores reivindicam o pagamento imediato da reposição da inflação dos últimos 12 meses, de 4,94%, e de mais 1% em outubro e 1% em dezembro para diminuir os atrasados. “No último dia 3, o governador Ratinho Jr. propôs o pagamento de 0,5% da data-base em 2019 e os outros 4,5% parcelados até 2022”.
Porém, de acordo com o Sindicato, apesar de haver condições fiscais e orçamentárias para fazer a reposição, o governador segue negando o direito constitucional do funcionalismo público estadual.
Conforme o Sintesu, um estudo elaborado pela assessoria da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais mostra que o Paraná ficou na terceira colocação entre as unidades da federação que mais concederam renúncias fiscais de ICMS em 2018.
“Neste ano, a projeção é que o governo abra mão de R$ 10,5 bilhões. Para os próximos cinco anos o valor pode chegar a R$ 55,3 bilhões”.
Conforme o Sindicato, sem essa arrecadação o governo não tem como repor as perdas do funcionalismo, provocando também aumentos de tarifas.