22/08/2023
Paraná Política

Primeira usina de biogás do Brasil é inaugurada no Paraná

A usina funciona a partir do tratamento dos dejetos de suínos, cuja capacidade total é de 480 KW

usina de biogas

A usina é localizada em Entre Rios do Oeste (Foto: Ascom/AEN)

Foi inaugurada nesta quarta em Entre Rios do Oeste do Paraná a primeira usina do Brasil de produção de biogás. A usina funciona a partir do tratamento dos dejetos de suínos. A unidade geradora cuja capacidade total é de 480 KW. O que transforma por dia 215 toneladas de um agente poluidor em energia limpa. O investimento da Copel, financiadora do projeto, foi de R$ 17 milhões.

A usina é uma mistura de sustentabilidade, tecnologia e inovação. Além disso, é composta por um grupo de 18 produtores de suínos. Estes produtores produzirão biogás a partir do tratamento dos dejetos de aproximadamente 40 mil suínos em sistemas de biodigestão.

“É uma cidade se transformando em uma cidade sustentável, autossuficiente em energia. Um exemplo que Entre Rios do Oeste e o Paraná dão para o Brasil”, disse o governador, Ratinho Junior.

A USINA

O biogás será conduzido por meio de uma rede coletora de 20,6 quilômetros, interligando as propriedades rurais a uma Minicentral Termelétrica. Ali estão instalados dois grupos motogeradores de 240 kW de potência cada um.

De acordo com a assessoria, a energia gerada será utilizada para compensar o consumo energético nos prédios públicos do município. Isso corresponde a um total de 72 unidades consumidoras, na modalidade de autoconsumo remoto. Os produtores envolvidos, entretanto, receberão um repasse mensal pelo volume de biogás injetado na rede.

Durante a inauguração o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero afirmou que esse será o futuro da energia que será produzida no Paraná. “Aliando uma marca importante do Estado como a suinocultura à geração de biogás”.

O valor gasto pela Copel foi de R$ 17 milhões (Foto: Ascom/AEN)

PROJETO

Conforme a assessoria, o projeto foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e deve gerar uma economia significativa para a prefeitura no pagamento de energia elétrica. Além disso colabora para a preservação ambiental com toneladas de gases de efeito estufa que deixarão de ser emitidas com os dejetos que serão tratados.

A estimativa, entretanto, é que haja uma produção de energia elétrica renovável no meio rural de 250 MWh/mês ou 3.000MWh/ano com a utilização de 5.000 m3 de biogás/dia. “Costumo dizer que esse é o Pré-Sal caipira, produzido no interior do Brasil. Isso porque transforma um passivo ambiental em um ativo econômico”, ressaltou Rodrigo Régis de Almeida Galvão, diretor-presidente da CIBiogás, empresa responsável pela parte técnica do projeto.

ACORDO

A construção da unidade geradora uniu diversas frentes em Entre Rios do Oeste, cidade em que o número de suínos é mais de 30 vezes maior do que o de habitantes (4.481 pessoas).

A Copel Geração e Transmissão foi a financiadora da obra, com um valor estimado em R$ 17 milhões. A Prefeitura, entretanto, forneceu o terreno para instalação da Minicentral Termelétrica, além de alguns serviços, como o de terraplenagem para implantação dos biodigestores.

Os produtores entraram no projeto com investimentos para a instalação dos biodigestores em suas propriedades. “São mais de dez anos de expectativa que agora se tornam realidade”, disse Jones Heiden, prefeito de Entre Rios do Oeste.

Além disso, participam a ainda da ação, também na condição de executor, as equipes técnicas da Parque Tecnológico Itaipu (PTI). “É um arranjo técnico inovador. Para Itaipu sempre ficava a dúvida de para onde iriam os dejetos. Agora eles viram energia”, destacou Rafael Deitos, diretor-técnico do PTI.

SUINOCULTURA

Por fim, a produção de suínos é uma das principais atividades econômicas do Estado. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, o Paraná produziu 840 mil toneladas de carne suína em 2018. Isso representa 21,3% da produção brasileira que é de 3,9 milhões de toneladas.

“Esse projeto nos permite um ganho extra. Pretendo dobrar a criação de porcos, passando de 900 para 1.800 cabeças”, afirmou o produtor Jaime José Joner.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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