Um anuário socioeconômico dos Campos Gerais mostra que Irati perdeu 200 empresas em cerca de dois anos. A informação foi dada pelo vereador Rogério Luís Kuhn, que rebateu críticas postadas em redes sociais. Os internautas atribuem aos vereadores a falta de empresas no município. Todavia, Kuhn lembra que o país vive uma crise econômica. Portanto, Irati não está fora desse quadro.
De acordo com o vereador, em 2016 o município tinha 309 empresas cadastradas. Porém, em 2018, esse número caiu para 109. Entretanto, além da crise econômica nacional, a falta de força política também é apontada por vereadores.
“Estamos passando por uma crise empresarial desde novembro de 2012. Sou testemunha disso. Nos últimos anos, dispensei do meu quadro mais de 20 pessoas. É a primeira vez em 35 anos que tivemos que demitir”.
Conforme lamenta o vereador, ele também tinha reflorestamento em Rebouças, em Água Clara, Apiaba, e Zampier e agora estão todos fechados. “Tinha aviário, não tenho mais devido ao alto custo”.
CRISE
Entretanto, outro vereador, Marcelo Rodrigues também contesta as críticas, e diz que a crise é uma questão de mercado.
“Desde 2012 já tinha uma projeção para 2022, de que as empresas não iriam lucrar com a venda de veículos e sim com garantia estendida”, exemplifica. “Vejo que jogar o peso na Câmara e no prefeito porque as empresas estão fechando, é injustiça”.
Ele atribui a autoria das críticas a quem chamou de ‘pretensos’ candidatos a vereadores, que querem nos jogar contra a sociedade’. Entretanto, para o também vereador José Bodnar, a falta de força política no Governo do Estado é a principal causa da falta de atração de empresas em Irati. “A culpa não é dos vereadores, falta força política”.
Nesse sentido, Kuhn também concorda. “Estamos tentando buscar soluções. O Odilon [prefeito] tentou trazer a Tirol, mas não conseguiu. Não temos poder político. Não temos deputado estadual”. Porém, ele observa que o momento não está sendo favorável à economia brasileira.
“As empresas estão fechando no Brasil. A única melhora que temos é na agricultura que está conseguindo manter e aumentar empregos. Todos os setores estão em queda. Precisamos reformar o país e isso vai demorar”.
Porém, em vez de críticas, Roni Surek desafia as pessoas para que apontem soluções. “Por que as pessoas não vêm aqui nos mostrar o caminho e dizer onde estão as empresas que querem vir para Irati? Difícil mesmo é ver estas mesmas pessoas postando sobre o trabalho que fazem, as ações em prol de Irati”.
‘ESTAGNADOS’
Em junho deste ano, o secretário municipal de Indústria e Comércio, Emiliano Gomes, já abordava a falta de novas empresas em Irati. Da acordo com o secretário, o município não está preparado para receber grandes investimentos.
“Não temos estrutura nos condomínios, por isso acabamos perdendo. Precisamos primeiro nos reestruturar. Estamos em contato direto também com o Governo do Estado para nos aproximar com investidores grandes”.