22/08/2023
Segurança

Morte de músico põe violência no trânsito novamente na pauta

A  morte por atropelamento do músico Rafael Mascarenhas, de 18 anos, filho da atriz Cissa Guimarães, traz à tona, com maior ênfase, a discussão sobre a violência e a imprudência no trânsito. A Polícia Civil do Rio de Janeiro fez na madrugada desta terça-feira (27) a reconstituição do atropelamento no Túnel Acústico, na Gávea, na Zona Sul, local do acidente. A operação durou mais de cinco horas. Os dois amigos de Rafael que estavam com ele na hora do acidente confirmaram que o carro que atropelou o jovem participava de um "racha". O motorista Rafael Bussamra confessou a autoria do atropelamento, mas nega o "pega". Em depoimento à polícia do Rio de Janeiro, o pai do motorista, Roberto Bussamra contou que o filho foi coagido a pagar propina para os policiais que fizeram o Boletim de Ocorrência do acidente.Os policiais acusados estão detidos  e segundo a delegada Bárbara Lomba, a investigação sobre a propina  está a cargo da Polícia Militar.
No Paraná, casos de violência no trânsito continuam na pauta da Justiça. Ontem, segunda-feira (26), o ex-deputado estadual Fernando Carli foi intimado a depor na 2° Vara do Tribunal do Júri no interrogatório marcado para o dia 10 de agosto, uma terça-feira, às 13h30min. Ele é acusado de ter provocado o acidente na madrugada de 7 de maio de 2009 que matou os jovens Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida. Carli Filho dirigia bêbado, em alta velocidade e com a Carteira de Habilitação suspensa. 

Outro caso de violência no trânsito que ganhou repercussão na imprensa envolveu o filho do ex-diretor geral da Assembleia Legislativa do Paraná,  Miguel Abib, o Bibinho. O empresário Eduardo Miguel Abib, 27 anos,provocou acidente que matou quatro pessoas em 7 de dezembro de 2009. Ele também estava bêbado só que ao contrário de Carli Filho, foi preso em flagrante, mas foi solto provisoriamente por uma decisão judicial. Desde então, ele responde o inquérito em liberdade.

Durante o velório do filho de Cissa Guimarães a atriz Marília Pera pediu justiça e maior rigor nas leis de trânsito. Os pedidos da global só repetem o que a empresária Cristiane Yared, mãe de uma das vítimas de Carli Filho, vem lutando desde o dia em que o filho morreu. Yared montou uma ONG que presta assessoria às famílias de vítimas da vítimas da violência no trânsito e percorre o Paraná, o Rio Grende do Sul e São Paulo coletando assinaturas num abaixo-assinado que vai coletar 1,3 milhões de assinaturas para modificar o Código Nacional de Trânsito. Para isso, um projeto de iniciativa popular será entregue ao Congresso Nacional tão logo o abaixo-assinado esteja concluído. As assinaturas estão sendo colhidas no Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
A escritora Gloria Perez com uma ação semelhante. Em 1993, uma iniciativa da novelista conseguiu viabilizar a primeira lei de iniciativa popular, que incluiu o homicídio qualificado na Lei dos Crimes Hediondos, ou seja, delitos inafiançáveis, cuja pena deve ser cumprida integralmente em regime fechado.

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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