22/08/2023


Comunidade Cotidiano Paraná Saúde

Paraná registra recorde de doações de órgãos para transplante

O Paraná registrou a marca histórica de 66 doações efetivas somente no mês de novembro. Isso representa a quebra do recorde anterior de abril de 2018

tRANSPLANTE DE ÓRGÃOS. 08/2019. Foto: Gustavo Pontes/SEDU

O recorde anterior era de 61 transplantes. (Foto: AENPr)

A Secretaria da Saúde do Paraná registrou a marca histórica de 66 doações efetivas somente no mês de novembro. Isso representa a quebra do recorde anterior de abril de 2018, com 61 doações. Ainda que variável, a média mensal este ano foi de 39 doações. Os dados são do Sistema Estadual de Transplantes.

Assim, desde a sua implantação há 24 anos, o Sistema contribui de forma efetiva no processo de doações e transplantes no Estado. Além disso, até o momento não havia registrado um número tão grande de doações de órgãos em um único mês.

Somente com as doações de novembro, 116 pessoas foram beneficiadas, sendo 71 transplantes de rim, 35 de fígado, três de coração e dois pâncreas/rim. Estes números se somam a mais de 3.255 doações de órgãos, 10.326 transplantes de órgãos e 15.953 transplantes de tecidos já realizados na história da Secretaria da Saúde.

“A população paranaense muitas vezes em um momento de dor e sofrimento com a perda de um ente querido, opta por realizar a doação e salvar até dez vidas”, diz o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. “Ressaltamos que até o momento cerca de 2.183 paranaenses aguardam por uma doação, sendo mais de 75% para transplante de rim. É preciso que as pessoas continuem sensíveis à causa para diminuirmos a lista de espera”, afirma.

LÍDER EM DOAÇÕES

De acordo com a Agência Estadual de Notícias do Paraná, no ano de 2010 o Estado tinha 6,8 doadores por milhão de população (pmp). Assim, saltou deste número para seu recorde em 2018, com 47,7 pmp, liderando o ranking de doações no país. Tornando-se assim o Estado que mais cresceu em doações no Brasil nos últimos oito anos.

Neste período foram 2.156 doadores efetivos, sendo 4.619 órgãos e 7.405 córneas, somando 13.560 transplantes no Estado de 2010 a 2018. A média nacional de doações de órgãos é 17,7 pmp. O Paraná fechou o mês de novembro de 2019 com 44,4 pmp. De janeiro a novembro deste ano foram realizados 1.640 transplantes no Paraná – 817 órgãos e 823 córneas.

LÍDER EM TRANSPLANTES

Além disso, o Paraná também liderou o ranking de transplante de órgãos em 2017 e 2018, com 81,5 pmp e 90,9 pmp, respectivamente. A média nacional é de 41,9 pmp.

Dados atualizados até novembro mostram que o Paraná está com 78,6 pmp em transplantes. O Estado foi o campeão no transplante de fígado e rim em 2018 e atualmente o lidera o número de transplantes de rim com 52,3 pmp, enquanto a média nacional é de 29,5 pmp.

“Somos reconhecidos internacionalmente como um Estado com o maior quantitativo de doações e, com isso, a população do Paraná está bem assistida caso precise de um transplante”, diz a comentou a coordenadora do Sistema Estadual de Transplante, Arlene Terezinha Cagol Garcia Badoch.

“Todo esse trabalho é reflexo dos investimentos contínuos na educação de nossos profissionais para capacitar cada vez mais pessoas e prepará-las para todos os tipos de situações”, explica.

Ela destaca que o ato de doar é nobre e gratificante. “A família que decide realizar a doação de órgãos de um familiar faz renascer a vida e muitas vezes a qualidade de vida em outro ser humano. Isto é um ato de amor” finaliza.

Uma pessoa pode salvar até 10 vidas. (Imagem: AENPr)

APOIO AÉREO

Em casos em que os doadores estejam até 200 quilômetros de distância do receptor, o Sistema Estadual de Transplante realiza o transporte dos órgãos ou tecidos por via terrestre. Além desta distância, é solicitado apoio aéreo para agilizar o procedimento. Além disso, o Paraná conta com a ajuda da frota de aeronaves do Governo do Estado, que é formada por quatro aviões – um King Air 350, um Grand Caravan, dois Sênecas III – e mais um helicóptero.

De janeiro a novembro deste ano foram 109 missões de apoio, perfazendo 346 horas de voo, para o transporte de 247 órgãos. O Sistema também conta a ajuda da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA).

MODERNIZAÇÃO

Para ampliar e modernizar esse serviço aéreo, em razão da crescente demanda, o governo estadual instituiu uma comissão que avalia a troca das aeronaves que são utilizadas na captação das doações. O grupo de trabalho, formado por servidores da Casa Militar e da Secretaria da Saúde, elabora um relatório que dará base ao edital de compra de um avião mais moderno. Uma das premissas é da economicidade. Por isso, a opção em estudo é adquirir um modelo seminovo, mas que tenha maior autonomia de voo em relação à frota existente.

EQUIPE 

A Central Estadual de Transplantes, mantida pelo Governo do Paraná, está localizada em Curitiba, mas há quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPO). Sendo na capital, Londrina, Maringá e Cascavel.

Estes centros trabalham na orientação e capacitação das equipes distribuídas em 67 hospitais do Paraná. Tais unidades mantêm Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Por fim, ao todo são cerca de 700 profissionais envolvidos. Entre eles 23 equipes de transplante de órgãos, 25 centros transplantadores de córneas e três bancos de córneas em atividade – Londrina, Maringá e Cascavel.

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Cristina Esteche

Jornalista

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