22/08/2023
Cotidiano Paraná

Liberadas as pescas amadora e profissional de espécies nativas no PR

Paraná altera o período de pesca de espécies nativas. O período de piracema que só terminava em 28 de fevereiro, agora encerrou em 1º de fevereiro

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Liberadas as pescas amadora e profissional de espécies nativas no PR (Foto: Arquivo/RSN)

A Secretaria de Estado do Desenvolvido Sustentável e do Turismo estabeleceu nesta sexta (21) um novo período de defeso de espécies nativas de peixes nas bacias do Paraná. Assim, a piracema passa a ser do dia 1º de outubro a 1º de fevereiro. Antes o prazo terminava no dia 28 de fevereiro.

A Resolução 13/20 foi publicada apenas hoje no Diário Oficial do Estado. A iniciativa é em razão da antecipação da reprodução das espécies nativas. Conforme o engenheiro de Pesca e chefe regional do Instituto Água e Terra de Toledo, Taciano Maranhão, as espécies nativas da bacia hidrográfica do Rio Paraná estão em processo de maturação e recrutamento antecipado.

“Isso tem relação com as variações ambientais, como temperatura, que acelera o processo reprodutivo, além de outros fatores influenciadores”.

Assim, estão liberadas as pescas amadora e profissional das seguintes espécies nativas: bagre, barbado, cachorra facão, curimba, jacundá e mandi. Além disso, pacu, piapara, piau-três-tintas, piavuçu, piracanjuba, pirapitinga do sul, saicanga e traíra. E ainda: tabarana tubarana, jaú, pintado, lambari, jundiás e surubim cachara e pintado.

Entretanto, as espécies piracanjuva (Brycon orbignyanus) e dourado estão proibidos o ano todo por lei por estarem na lista de ameaçadas de extinção. A normativa vale para os rios das bacias hidrográficas do Rio Piquiri, Ivaí, Tibagi, Cinzas e suas sub-bacias, Paranapanema e Paraná.

Apesar de liberada a pesca, deverá ser respeitada a cota e tamanhos mínimos de captura. “Poderá ser pescado 10 quilos, mais um exemplar de qualquer peso, por pescador”, diz o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes.

Para fins de subsistência – pesca praticada artesanalmente por ribeirinhos para garantir a alimentação familiar, sem fins comerciais – as normas são diferentes.

ESPÉCIES EXÓTICAS

Espécies consideradas exóticas, que foram introduzidas no meio ambiente pelos seres humanos não entram na restrição da piracema e a pesca fica liberada o ano todo. Assim, podem ser pescados o ano inteiro, bagre-africano, apaiari, black-bass, carpa comum, carpa cabeçuda e carpa capim.

Além disso, pirarara, tambaqui, pirapitinga, truta arco-íris, corvina, peixe-rei e sardinha-de-água-doce. E também, piranha preta, tilápia nilótica, tilápia rendali, tucunaré amarelo, tucunaré azul, além de híbridos – organismos resultantes do cruzamento de duas espécies. “Essas espécies exóticas precisam ser retiradas para que as nativas possam sobreviver e aumentar sua população”, ressalta Nunes.

FISCALIZAÇÃO

Fiscais do Instituto Água e Terra e da Polícia Ambiental reforçam a fiscalização para garantir que não ocorram excessos. Entre eles, descumprimento do tamanho de captura das espécies e desrespeitos às normas ambientais no retorno da atividade pesqueira no Estado.

A apresentação da documentação de autorização de pesca amadora e profissional é obrigatório para quem pratica a atividade.

PENALIDADES

Aos infratores serão aplicadas as penalidades e sanções previstas na Lei Federal nº 9.605/1998. Quem for flagrado pescando em desacordo com as determinações será enquadrado na lei de crimes ambientais.

A multa varia de R$ 700 por pescador e mais R$ 20 por quilo ou unidade de peixe pescado. Além disso, os materiais de pesca, como varas, redes e embarcações, poderão ser apreendidos pelos fiscais.

PIRACEMA

A piracema tem como objetivo proteger o estoque de peixes nativos no Estado. É durante esse período que a maioria das espécies nativas estão em fase migratória e reprodução. Nas bacias do Paraná e Iguaçu existem mais de 100 espécies de peixes de diferentes comportamentos.

Assim, parte destas consideradas espécies migradoras. Elas reproduzem pelo menos uma vez ao ano, sendo no período mais quente do ano.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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