A Secretaria dos Transportes do Paraná estuda um novo modelo operacional para a Ferroeste. O projeto inclui a expansão da ferrovia, a Leste, em direção ao Porto de Paranaguá, e a Oeste, em direção a Guaíra.
Várias reuniões já foram realizadas e o secretário Mario Stamm espera que a ideia seja formalizada nas próximas semanas para dar início ao conjunto dos projetos básicos e de viabilidade técnica e econômica da ferrovia. Na década de 1970 o projeto chegou a ser iniciado e foram construídos 40 quilômetros no sentido Curitiba-Paranaguá.
A extensão total da malha da Ferroeste, segundo o novo projeto, será de 650 quilômetros, entre Guaíra e Paranaguá, contra os atuais 248,6 quilômetros de traçado entre Cascavel e Guarapuava. A ideia é dar prioridade à construção do trecho Guarapuava-Curitiba-Paranaguá.
O objetivo do traçado é eliminar dois gargalos logísticos existentes na antiga linha férrea, operada atualmente pela ALL. O primeiro entre Guarapuava e Ponta Grossa e o segundo na Serra do Mar. A nova linha sairia de Guarapuava, passando por Irati, até Curitiba e depois, pela Serra do Mar, chegando ao porto.
MODELO ESPANHOL
O secretário dos Transportes salienta que a ampliação da Ferroeste será associada a um novo modelo de gestão copiado do sistema ferroviário espanhol. “Uma mudança radical de conceitos”, ressalta Stamm. Segundo ele, no modelo que está sendo proposto, o setor público constrói a via férrea, mas a operação é compartilhada.
Nesse novo modelo de operação, segundo Stamm, as cooperativas do Oeste do Paraná podem ter seus próprios trens e transportar a produção até o porto pagando pelo direito de uso da via. “É como funcionam os aeroportos”, compara o secretário. “O governo constrói as pistas e as estruturas de operação, mas os aviões são de companhias privadas que pagam por sua utilização. O modelo que estamos propondo se assemelha a isto e está sendo estudado com interesse pelo governo federal”, conclui.
A estimativa inicial é de que no sistema compartilhado de operação da malha, a Ferroeste poderia transportar de oito a dez milhões de toneladas úteis por ano, com menores custos, maior eficiência e retorno rápido dos investimentos feitos na construção da ferrovia.
O novo modelo começou a assumir os atuais contornos a partir da posse da nova diretoria da Ferroeste, em meados de julho. O atual presidente da empresa é o economista Neuroci Antonio Frizzo.