22/08/2023
Economia

Sem qualquer sinalização de acordo, greve dos bancários continua

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A greve dos bancárias entra no décimo dia sem qualquer avanço nas negociações entre a categoria e os banqueiros. Em Guarapuava todas as agências continuam fechadas, segundo o Sindicato da categoria.

A greve já é a maior dos últimos 20 anos, superando a de 2009, quando os bancários paralisaram 7.222 unidades no dia de maior pressão do movimento. 
Ontem, quinta-feira (7) a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) recebeu carta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em resposta ao documento enviada na segunda-feira, dia 4, pelo Comando Nacional dos Bancários, sem apresentar nova proposta e nem marcar nova rodada de negociações.
"Além de não trazer nenhuma proposta, a carta da Fenaban é uma provocação às entidades sindicais. Além disso, a entidade patronal faz terrorismo em suas declarações à imprensa, tentando jogar a população contra os trabalhadores. Essa irresponsabilidade dos bancos só fortalecerá a greve nacional que completa nove dias e segue crescendo em todo país", denuncia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
A Contraf-CUT encaminhou novo ofício à Fenaban, propondo que marque data, local e horário para que os bancos possam apresentar uma proposta global e decente para acabar com a greve que já dura nove dias.
Na quinta-feira, os trabalhadores fecharam 8.280 agências nos 26 estados e no Distrito Federal, segundo dados enviados pelos sindicatos até as 18h para a Contraf-CUT. Esse número representa um aumento de 557 unidades em relação ao dia anterior e ultrapassa em 114% as 3.864 agências paralisadas no início da mobilização, em 29 de setembro. Também foram fechados centros administrativos de todos os bancos.
"A proposta única de 4,29%, zero de aumento real e nada mais foi rejeitada pelas assembleias em todo o país, estamos em greve há nove dias e os bancos mantêm uma intransigência absurda. Outros segmentos econômicos, como metalúrgicos, petroleiros e telefônicos, negociaram e fizeram acordos com aumento acima da inflação e sem que houvesse greve. Por que os bancos, que são mais lucrativos, não negociam?", questiona Carlos Cordeiro.
Os bancários reivindicam 11% de reajuste, valorização dos pisos salariais, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), medidas de proteção da saúde que inclua o combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades, previdência complementar para todos, fim da precarização via correspondentes bancários e mais segurança.

Com informações da Contraf-Cut

Cristina Esteche

Jornalista

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