Apesar da diminuição da área plantada de milho em relação à safra anterior, de 23.798 para 20.810 hectares a Agrária registra recorde na produção de milho. De acordo com a Cooperativa sediada em Guarapuava, o grão superou as projeções da Agrária ainda em 2019, atingindo uma produtividade de 14.588 kg/ha.
O volume é o maior já registrado pela Cooperativa, ultrapassando em 6% o então recorde de 13.704 kg/ha, obtido na safra 16/17. A produção também está além do estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a média nacional, que é de 5.629 kg/ha.
De acordo com o agrônomo Rodrigo Ferreira, as altas temperaturas e um índice pluviométrico abaixo da média histórica para o período, que em algumas Regiões do país prejudicaram a produção, no caso da Agrária contribuíram para que o milho tivesse um resultado acima do esperado.
“O ambiente seco no período de colheita fez com que tivéssemos uma produção muito satisfatória. A alta luminosidade, temperaturas elevadas e chuvas nos momentos certos proporcionaram um cenário propício para as altas produtividades”.
Conforme o agrônomo, o volume menor de chuvas também interferiu positivamente na diminuição de doenças relacionadas à cultura.
REPETINDO NAS ÚLTIMAS SAFRAS
O cooperado Karl Milla enfatiza que os bons resultados do grão no campo vêm repetindo-se nas últimas safras. De acordo com Milla, a qualidade do material genético e as técnicas de conservação do solo que têm sido empregadas são fundamentais para a manutenção das altas produtividades.
A gente vem tendo sucesso no cultivo de milho, sempre igualando ou superando a safra anterior. Por isso já tínhamos uma expectativa muito boa para a safra 19/20.
Assim, nesse contexto, tanto a assessoria prestada pela Assistência Técnica quanto as pesquisas feitas pela Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária – a Fapa, desempenham um papel muito importante.
De acordo com o agrônomo Celso Wobeto, que conduz os trabalhos de pesquisa sobre o milho na Fundação, anualmente são testados cerca de 40 híbridos do grão, provenientes de várias empresas de genética. São feitos ensaios regionalizados, que permitem aos agricultores escolher a opção que lhes trará maior produtividade.
“Todos os anos, antes das reservas de insumos para o próximo plantio, apresentamos os resultados consolidados das pesquisas. Eles geram o que chamamos de indicações técnicas. Esse conjunto de informações é importante, por exemplo, para a escolha da melhor época de plantio de cada híbrido, e o comportamento com relação a doenças foliares e grãos ardidos”.
Conforme o cooperado Karl Milla, a tendência para a safra 20/21 é que o milho permaneça alcançando alta produtividade no campo e boa rentabilidade para o agricultor.
“A expectativa para próxima safra continua otimista. Temos um bom material genético à disposição e o grão tem nos dado uma boa rentabilidade, mesmo em anos com o preço um pouco mais baixo”.
MAIOR RENTABILIDADE
O milho colhido pelos cooperados da Agrária tem como destino a indústria de Grits e Flakes da Cooperativa. Após a industrialização, o material é encaminhado para clientes do setor alimentício. Recentemente, as empresas do setor têm aumentado a procura por milho GMO Free, ou seja, por híbridos convencionais, sem transgenia.
Pensando em agregar valor à produção do cooperado por meio de bonificações, a Agrária tem um projeto de incentivo ao plantio deste tipo de grão. Para a safra 20/21, a ideia é que aproximadamente seis mil hectares em áreas de cooperados sejam cultivados com híbridos convencionais.
Por fim, o agrônomo Celso Wobeto disse que um híbrido lançado no mercado recentemente, de grãos semi-duros, foi destaque nos experimentos da Fapa e também em lavouras. “Ele será uma importante matéria-prima para a indústria de Grits e Flakes em 2021”.
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