22/08/2023


Guarapuava Segurança

Distanciamento social aumenta casos de violência contra a mulher

Além disso, foi lançada ação que busca conscientizar as vítimas e aqueles que estão próximos e podem ajudar, principalmente, em meio a pandemia em Guarapuava

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Além disso, foi lançada ação que busca conscientizar as vítimas e aqueles que estão próximos e podem ajudar (Foto: Reprodução/Pixabay)

O distanciamento social e a consequente permanência das pessoas em casa tem provocado o aumento no número de casos de violência contra a mulher. Com 100 dias completos desde a primeira confirmação de covid-19 em Guarapuava, o que também está preocupando as autoridades locais é o crescimento de denúncias de mulheres em situação de violência.

De acordo com a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Andresa do Amaral, os canais de ajuda estão presentes para que as mulheres denunciem os agressores. “Se as relações sociais mudaram com a pandemia, o reflexo é sentido de forma direta no combate a violência contra a mulher. Os canais que nossas mulheres buscam ajuda também mudaram e se antes elas procuravam a Delegacia da Mulher, UBS ou a Secretaria da Mulher, hoje, percebemos um aumento de denúncias e ocorrências através da ligação para o 190, da Polícia Militar”.

Além disso, os números do balanço mostram o enfrentamento de duas epidemias, uma dentro da outra. Conforme dados do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em situação de violência (CRAM), nesses quatro meses de distanciamento social houve um aumento de 27% na concessão de medidas protetivas e no registro de boletins de ocorrências, no comparativo com o mesmo período de 2019.

A maior incidência de registros de denúncias ocorreu aos domingos, quando 25% das vítimas denunciaram os agressores. Nesses quatro meses, 161 pessoas tiveram covid-19 e 282 mulheres sofreram violência em casa e denunciaram em Guarapuava. Para Andresa, o aumento dos números de denúncias via 190 mostra que as mulheres vítimas da violência não deixaram de pedir ajuda e que o uso da tecnologia e as adaptações nesse período estão conseguindo chegar até elas.

Para isso, ações estratégicas se mostraram eficientes como a disponibilização de celulares e notebooks para a equipe do CRAM e a produção diária de registros e estatísticas para visualizar o aumento ou decréscimo das ocorrências de violência contra as mulheres durante a pandemia. Em todos os casos registrados, a equipe do CRAM procurou manter contato telefônico com as vítimas e, quando isso não foi possível, fez visita domiciliar.

ALÔ VIZINHA (O)!

A Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres deu início a uma campanha que busca conscientizar tanto as vítimas de violência contra a mulher, quanto aqueles que estão próximos e podem ajudar, principalmente, em meio a pandemia e tempos de distanciamento social: os vizinhos.

Dessa maneira, as equipes da Secretaria convidaram moradores de condomínios residenciais e comerciais a atuarem como aliados no combate à violência doméstica. Sete edifícios e mais de 100 apartamentos já foram visitados, com distribuição de cartazes informativos mostrando como buscar ajuda. Ao longo do mês, a ação irá percorrer cerca de 200 edifícios do município para alertar a vizinhança sobre os sinais da violência doméstica.

SERVIÇO

O CRAM atende presencialmente os casos de maior risco, das 13h às 17h, porém tem feito orientações, atendimentos, encaminhamentos via telefone, das 8h às 17h. A Delegacia da Mulher está atendendo, das 14h às 17h, e o Poder Judiciário tem expedido as Medidas Protetivas em 24 horas.

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Cristina Esteche

Jornalista

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