22/08/2023


Cotidiano Região

Em Cantagalo, 119 famílias vão ter casa própria do programa Nossa Gente

Programa Nossa Gente leva tranquilidade para 119 famílias da Vila Chimin, área de ocupação que passa por total revitalização em Cantagalo

festtival de teatro

Em Cantagalo, 119 famílias vão ter casa própria do programa Nossa Gente (Foto: Gilson Abreu)

O canteiro de obras fica na Vila Chimin, área de uma antiga invasão no município de Cantagalo. Mas agora o que se vê são 115 novas moradias e mais quatro em reforma. A obra de revitalização vai custar R$ 10,8 milhões para o governo do Paraná. E a previsão é que as construções sejam entregues até o fim de outubro.

Assim, com um sorriso largo no rosto, a dona de casa Silvana Aparecida dos Santos Teixeira sai apontando para as casas no meio do imenso canteiro de obras que mudou a paisagem de Cantagalo. “Eu vou morar aqui, meu filho do lado e minha irmã logo ali”.

Silvana, o marido e o filho são uma das 119 famílias beneficiadas com a casa própria na cidade. Tudo regularizado graças a uma parceria entre a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho e a prefeitura do município, dentro do programa Nossa Gente.

De acordo com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, é uma iniciativa social do Estado para atender as famílias paranaenses. “Nosso compromisso é ajudar as pessoas que sonham com a casa própria. É todo um pacote com um olhar social para melhorar a vida das pessoas que mais precisam”.

ANTIGA INVASÃO

Desde 2012, os moradores da Vila Chimin ouvem histórias de que a ocupação encravada em um ponto importante de Cantagalo deveria conquistar a almejada identidade oficial. Da promessa para a realidade, porém, passaram-se anos. Assim, somente em 2019, por decisão do governador Ratinho Junior, é que o projeto ganhou corpo.

A administração municipal cedeu o terreno para o Estado que por meio da Cohapar, deu início à transformação da antiga invasão. Antes contudo, foi preciso convencer os moradores que de fato a obra sairia do papel. Foi aí que entrou a Secretaria da Justiça.

(Foto: Gilson Abreu)

APOIO SOCIAL

Por meio de assistentes sociais do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), os moradores tiveram apoio psicológico e emocional. E um aluguel social de R$ 480 por mês para garantir um teto enquanto as casas antigas fossem demolidas e a ocupação ganhasse cara nova.

Conforme o presidente da Cohapar, Jorge Lange, o aluguel social serviu como referência. Eles passaram a confiar que desta vez a obra seria feita. “O projeto de Cantagalo é diferente porque a ideia foi manter as pessoas no mesmo lugar, desmanchando casas precárias para construir tudo novo no lugar, com infraestrutura e urbanização adequadas”.

Lange conta que apenas quatro famílias não aceitaram o acordo, escolhendo manter as antigas residências. Neste caso, a companhia optou por reformar as unidades. “Com uma casa nova e terreno regularizado você tira a pessoa do anonimato e a devolve à condição de cidadão. E ali, por ser o mesmo local, os laços afetivos serão mantidos”.

PROJETO

São 78 unidades habitacionais de 42 metros quadrados que estão sendo erguidas. O projeto prevê ainda mais 30 construções de 50 metros quadrados, uma de 60 metros quadrados e outras seis, de 49 metros quadrados para pessoas com algum tipo de deficiência.

Além da infraestrutura urbana, com ligação elétrica, saneamento, água tratada e asfalto, a nova Vila Chimin vai ganhar um parque público com equipamentos comunitários. Além disso, área de lazer com academia, playground e pista de corrida que faz brilhar os olhos da criançada.

A nova Vila Chimin também vai ter água potável e esgotamento sanitário. Os imóveis serão interligados ao sistema de coleta de esgoto da Vila Caçula. Conforme a Sanepar, projetos em andamento vão destinar mais de R$ 3 milhões a obras de ampliação do abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto em Cantagalo.

Serão implantados 10 quilômetros de rede coletora para atender mais 400 famílias com tratamento de esgoto. Atualmente, 50% da população do município conta com serviço de coleta e tratamento de esgoto.

(Foto: Gilson Abreu)

PROGRAMA

De acordo com os critérios do programa Nossa Gente, os moradores cadastrados deverão permanecer por pelo menos 10 anos nos imóveis novos. Nesse período o município fará o acompanhamento social das famílias, inclusive em relação ao acesso das crianças ao ensino regular. Apenas depois desse tempo elas receberão as escrituras definitivas e poderão vender ou alugar o imóvel.

Assim, conforme o prefeito de Cantagalo, Jair Rocha da Silva, durante todo o processo de cadastramento e inclusão no aluguel social foi montado um comitê com moradores e integrantes da prefeitura e do Governo do Estado. “É uma revolução na vida dessas pessoas. A maioria ali não teria condição de investir na construção de uma moradia digna”.

Conforme a assistente social Juliana Barreto, foi montado um grupo de whatsapp e a assistência social monitora as 119 famílias. “Todos estão muito ansiosos para voltar. Hoje, como estão espalhados pela cidade pagando aluguel, perderam a referência de comunidade. Por isso não veem a hora de reencontrar a vila”.

MAIS MORADIA

Atualmente estão em construção 1.960 casas em municípios de todas as Regiões do Estado, além de outras 1.583 unidades em processo de licitação em diferentes estágios, o que soma 3.543 moradias. Há, ainda, 1.017 nos trâmites de contratação.

A expectativa da Cohapar é alcançar 30 mil unidades até o final de 2022, totalmente adequadas às diferentes realidades das famílias paranaenses. Isso vai ajudar a conter um déficit de 400 mil moradias urbanas.

Além disso, Lange explica que as obras são importantes para ajudar na retomada econômica do Paraná no pós-pandemia de coronavírus. De acordo com ele, uma unidade habitacional gera 2,56 empregos diretos e indiretos na cadeia da construção civil.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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