22/08/2023


Cotidiano Paraná

Volume de soja exportado pelo Paraná já supera o total de 2019

Quantidade embarcada pelo Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá nos últimos 8 meses já supera em 5,1%, o total exportado no ano passado

Porto de Paranaguá. Foto: José Fernando Ogura/ANPr

De janeiro a agosto de 2020 a exportação do grão já soma 11,15 milhões de toneladas (Foto: José Fernando Ogura/ANPr)

O volume de soja embarcado pelo Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá nos últimos oito meses já supera em 5,1% o total exportado no ano de 2019. Assim, de janeiro a agosto, o total se aproxima de 11,15 milhões de toneladas exportadas do grão. No ano passado inteiro, de janeiro a dezembro, foram pouco mais de 10,6 milhões de toneladas da oleaginosa embarcadas pelo complexo.

De acordo com as informações, considerando todos os graneis movimentados, o volume chegou a cerca de 14,9 milhões de toneladas de soja, farelo e milho. Assim, faltando ainda quatro meses para o fechamento do ano, o corredor já movimentou quase 74% do volume total registrado em 2019. O que representa 20,2 milhões de toneladas.

O presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, explicou que a atividade portuária segue na contramão dos demais setores da economia mundial. “Isso porque nós abastecemos outros países com alimentos. O Paraná é um grande produtor, considerado celeiro do mundo. Nós conseguimos abastecer o mercado interno e mandar o excedente para o mercado externo”.

NEGOCIAÇÃO

Nos oito primeiros meses de 2019, o complexo paranaense exportou em torno de 13,9 milhões de toneladas de granéis sólidos. O que inclui soja, farelo e milho. Porém, no mesmo período, deste ano 2020, já totalizam 14,9 milhões de toneladas exportadas. O que representa aumento de 7%.

Conforme o setor, o bom momento é motivado, principalmente, pelo tempo seco, câmbio favorável e a safra recorde de soja. Assim, em agosto, os valores de comercialização do produto atingiram R$ 135. O recorde para a saca é de R$ 139, em setembro de 2012.

Além disso, a comercialização está bem adiantada no Brasil. A safra 2021 já tem quase 60 milhões de toneladas negociadas. Isso a um preço médio de R$ 122 a saca. Desse modo, o que chama a atenção dos especialistas do setor é a antecipação da venda das próximas duas safras, com mais de 3 milhões de toneladas negociadas.

“Essa venda antecipada é inédita. Os países querem garantir o abastecimento futuro, com um temor de falta de alimentos, devido à pandemia. Além disso, a soja está com um excelente valor para o mercado chinês, o que favorece as negociações”.

SOJA

A alta registrada no volume de soja exportado pelo Porto de Paranaguá, de janeiro a agosto, na comparação de 2020 e 2019, impressiona. Este ano, com as quase 11,15 milhões de toneladas, o total de soja em grão embarcado pelo corredor é 52,63% maior que as 7,3 milhões de toneladas do ano passado.

Além disso, as exportações do farelo de soja nesses oito meses também estão maiores. Assim, com quase 3,2 milhões de toneladas do produto movimentadas pelo corredor este ano, o volume está 10,3% superior que no ano passado, no período, com pouco mais de 2,9 milhões de toneladas.

Dessa maneira, o principal destino da soja em grãos é a China (91%), com outros 14 países comprando 10% do produto que sai via Paranaguá. Já o farelo de soja, 23% tem como destino mais frente a Holanda, 18% para França e 13% para Coreia do Sul. Além disso,  15 países também comprar do PR.

MILHO

O volume de milho embarcado, aos poucos, começa a crescer, principalmente pela chegada da nova safra. Porém, na comparação do acumulado de 2020 com 2019 ainda apresenta queda. Este ano, apenas 546.334 toneladas do produto foram exportadas pelo Corredor do Porto de Paranaguá. Em 2019, de janeiro a agosto, foram mais de 3,7 milhões de toneladas do produto embarcadas.

Como explicam os operadores do complexo, a queda de mais de 85% se justifica pelo desempenho atípico do milho no mercado. Este ano, porém, a soja é que ganhou mais espaço.

Segundo o último boletim Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, aproximadamente 67% das lavouras de milho (segunda safra 19/20) já foram colhidas e 59% da produção total esperada (11,7 milhões de toneladas) já estão vendidas.

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Cristina Esteche

Jornalista

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