22/08/2023
Educação

DCE pede a interferência de Pessuti para assegurar a manutenção dos estagiários

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A presidente do Diretório Central dos Estudantes (DEC) da Unicentro Bruna Bittar entregou ao governador Orlando Pessuti nesta quinta-feira (11) uma carta pedindo a revisão da situação dos estagiários que foram demitidos antes do prazo de conclusão do contrato que seria em 22 de dezembro. As demissões foram provocadas pelo corte de 25% do recurso de custeio da Unicentro e de outras universidades estaduais. A Instituição também cancelou processos licitatórios, contratos com empresas terceirizadas. O corte representa R$ 1 milhão e 600 mil nos cofres da Unicentro, de outubro a dezembro.

Na carta entregue ao governador pela líder estudantil que estava acompanhada de membros da diretoria, do ex-presidente do DCE Luan Chagas e pelo diretor da UPE (União Paranaense dos Estudantes), Carlos Eduardo Bortolin,  o teor expõe que  grande parte dos alunos que
realizam estágio, a bolsa que recebem acaba se tornando a única fonte de renda para a
permanência destes  na Universidade durante a graduação.

Ainda de acordo com a carta,  o DCE obteve a informação de que a Unicentro possui apenas 240 funcionários na ativa e conta com mais de 400 estagiários, além de mais de 100 pessoas contratadas por empresas que prestam serviços terceirizados. "

Ocorre que, na última semana, vários estudantes foram surpreendidos com a informação do encerramento antecipado de seus contratos de estágio. Na busca de explicações, o
DCE tomou conhecimento, em reunião realizada com a Reitoria, de que a decisão da
Universidade deve-se ao fato de que o orçamento de custeio do quarto trimestre não foi liberado e
foi integralmente retirado do Sistema COP. Assim, a única alternativa para a instituição foi a de
adoção de medidas objetivando a drástica redução das despesas de custeio, dentre elas, uma
medida que afetou diretamente os estagiários com rescisões de vários contratos de estágio e
diminuição de horas trabalhadas em muitos outros. "
Segundo o DCE, tal medida prejudica diretamente um grande número de estudantes que não têm
condições de continuar seus estudos sem contar com a bolsa auxílio. Some-se à isso, o fato de
que a Unicentro não oferece serviços básicos de assistência estudantil, tais como restaurante
universitário, casa do estudante, dentre outros.

Finalmente, o DCE pede a interferência de Pessuti no sentido de assegurar à universidade os recursos
necessários à manutenção dos serviços de todos os estagiários, medida que , segundo o DCE, não só benificiaria os estudantes, mas atenderia à uma necessidade da própria instituição que tem nos estágios remunerados mais de 50% de sua força de trabalho em serviços técnico-administrativos.

 

Confira a íntegra do documento entregue ao governador:

DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES, DCE
RENATO MANFREDINI JÚNIOR

Ao Excelentíssimo Senhor Governador Orlando Pessuti
Enquanto entidade que representa os estudantes da Universidade Estadual do
Centro-Oeste, UNICENTRO, o Diretório Central dos Estudantes, DCE, dirige-se à Vossa
Excelência solicitando solução para um problema orçamentário de nossa Universidade que está
diretamente afetando parte dos alunos.
Como é do Vosso Conhecimento, em razão da falta de funcionários, a UNICENTRO
possui grande número de estagiários que prestam serviços e são remunerados com os recursos
de custeio da instituição. Embora não seja essa a finalidade, para grande parte dos alunos que
realizam estágio, a bolsa que recebem acaba se tornando a única fonte de renda para a
permanência dos mesmos na Universidade durante a Graduação. Apenas para melhor elucidar a
questão, o DCE obteve a informação de que a UNICENTRO possui apenas 240 funcionários na
ativa e conta com mais de 400 estagiários, além de mais de 100 pessoas contratadas por
empresas que prestam serviços terceirizados. Tal situação é, por si, insustentável.
Ocorre que, na última semana, vários estudantes foram surpreendidos com a
informação do encerramento antecipado de seus contratos de estágio. Na busca de explicações, o
DCE tomou conhecimento, em reunião realizada com a Reitoria, de que a decisão da
Universidade deve-se ao fato de que o orçamento de custeio do quarto trimestre não foi liberado e
foi integralmente retirado do Sistema COP. Assim, a única alternativa para a instituição foi a de
adoção de medidas objetivando a drástica redução das despesas de custeio, dentre elas, uma
medida que afetou diretamente os estagiários com rescisões de vários contratos de estágio e
diminuição de horas trabalhadas em muitos outros.
Ora, tal medida prejudica diretamente um grande número de estudantes que não têm
condições de continuar seus estudos sem contar com a bolsa auxílio. Some-se à isso, o fato de
que a UNICENTRO não oferece serviços básicos de assistência estudantil, tais como restaurante
universitário, casa do estudante, dentre outros.
Sabedores de que Vossa Excelência é filho de agricultor e que encontrou grandes
dificuldades para a realização de seus estudos é que recorremos com o pedido de que haja interferência direta de sua pessoa no sentido de assegurar à universidade os recursos
necessários à manutenção dos serviços de todos os estagiários, medida que não só benificiaria os
estudantes, mas atenderia à uma necessidade da própria instituição que tem nos estágios
remunerados mais de 50% de sua força de trabalho em serviços técnico-administrativos.
Certos da sensibilidade de Vossa Excelência para com as questões estudantis,
aguardamos deferimento do nosso pedido.

Respeitosamente,
Bruna Bittar de Almeida
Presidente DCE/ Unicentro

Cristina Esteche

Jornalista

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