A médica Tamires Gemelli Silva Mignoni, que foi sequestrada e mantida em cativeiro por seis dias, informou que chegou a ficar amarrada e teve os olhos vendados quando os sequestradores estavam na presença dela. Conforme o delegado Cristiano Quintas, ela também ficou fechada em um corredor “muito desconfortável”.
Na manhã desta sexta (23), o delegado concedeu uma entrevista coletiva e contou que os sequestradores abordaram a médica ao sair de um posto de saúde no bairro Aldo Airolli, em Erechim. Ela trabalhava no local e a levaram para um primeiro cativeiro no estado de Santa Catarina.
Posteriormente, os envolvidos no crime levaram a médica para uma casa abandonada de alvenaria em Cantagalo. Lá, ela teria passado pelas situações descritas pelo delegado, ou seja, ficou amarrada e vendada. Os autores do sequestro a levaram no carro dela, um GM Equinox, na tarde da última sexta (16).
VIGILANTE CONFESSOU O CRIME
A Polícia Civil paranaense deu mais detalhes sobre o sequestro da médica. Segundo a PC, os sequestradores utilizaram um canivete para cometer o crime. Além disso, levaram a médica para uma área de mata, onde a amarraram e amordaçaram.
Segundo o delegado Cristiano, do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), em Itá os sequestrados pararam pela primeira vez e trancaram a médica em uma local. Esse foi alugado por mais ou menos 30 dias. Ela passou a noite na residência, antes de seguir para Chapecó. A polícia ainda não identificou a casa em Santa Catarina.
Em Cantagalo, no dia 19, dois homens e uma mulher mantinham a médica em cárcere privado. Segundo Tamires, era um espaço pequeno. Conforme as lembranças dela, em relato a PC, a alimentação era fornecida pelos criminosos, que evitavam um contato visual com a vítima com medo de serem reconhecidos.
Apesar da Tamires residir em Erechim há um bom tempo, ela também atendia pacientes em Laranjeiras do Sul. Por isso, a gente não tinha certeza se o pagamento dos dois milhões pedido pelos sequestradores faria com que eles a libertassem.
Conforme o Portal Catve, assim que a policia estourou o cativeiro, a mulher que cuidava de Tamires tentou fugir. A sequestradora tem dois filhos que estavam sendo cuidados por uma outra pessoa. Assim, a preocupação da mulher com os filhos fez com que ela fosse a primeira a ser identificada pela investigação.
Além disso, após ser preso, o autor do sequestro revelou aos policiais, durante o deslocamento dele para a prisão até Erechim, que há dois anos planejava o sequestro de Tamires. Ele disse que chegou até marcar uma consulta com o esposo de Tamires, que é dentista. A Polícia Civil acredita que o segurança do banco e a mulher que cuidava de Tamires no cativeiro planejaram e executaram todo o crime.
O taxista que a polícia prendeu em flagrante, e a mulher do segurança, presa na quinta (22), devem ser liberados ainda hoje. As investigações seguem porque a polícia acredita que o mentor do sequestro recebeu algum treinamento pelas atitudes profissionais dele durante o crime.
IMAGENS DA CÂMERA
Segundo os policiais, por meio de câmeras de segurança se tornou possível identificar que um casal estava dentro do carro que sequestrou a médica. Populares os viram em em uma farmácia, onde fizeram a recarga de celular, e em outros pontos da cidade. O Uno, encontrado abandonado na cidade de Seara, estava em nome de um vigilante de Laranjeiras do Sul.
PRESOS
Por fim, a polícia prendeu dois homens e uma mulher na operação de resgate feita na quarta (21). A equipe do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), da Polícia Civil estava responsável pelas buscas. Já na tarde da quinta (22), a PC prendeu uma mulher por suspeita de participação no crime. No entanto, os policiais civis afirmam que mais pessoas podem estar envolvidas.
O RESGATE
Conforme o delegado Quintas, após descobrir o paradeiro do sequestrador, várias equipes técnicas se organizaram para encontrar os sequestradores.
Portanto, assim que começou a busca pelo cativeiro. Prendemos também o segundo envolvido, que atua como taxista na Região de Cantagalo. Ele era o responsável por fazer a entrega de mantimentos no local, e, na sequência estouramos o cativeiro.
Depois disso a PC prendeu outros dois envolvidos. Conforme o delegado Sander Cajal, diretor do Departamento Especial de Investigações Criminais (Deic) do Rio Grande do Sul, o crime estava muito bem organizado. “Não era coisa de amador”.
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