Após decidir dar uma virada na vida, Alexandre Gomes fazia história ao conquistar o bracelete da WSOP para o Brasil, em uma emocionante partida. Era o primeiro título conquistado para o Brasil, o que representava uma vitória em dobro. Naquela época, o poker já estava entre os esportes consagrados no mundo inteiro. Mas ainda não possuía a popularidade que hoje tem no país. A vitória de Gomes inspirou outros atletas brasileiros e começou um movimento que torna o Paraná um dos estados com maior destaque no poker.
Assim como muitos até hoje, o paranaense começou a caminhada de maneira tímida. Gomes levava o jogo na brincadeira enquanto exercia a profissão de advogado. Porém, com o passar dos anos, percebeu uma chance de dedicar-se àquilo que realmente amava: os feltros. Após o grande título, seguiu se destacando em outros campeonatos como o LAPT, PCA, EPT e outras conquistas como o SCOOP. Os anos passaram. Entretanto, o nome do jogador permanece forte ainda hoje, 12 anos após a conquista que inspira jovens jogadores.
E um dos nomes que vêm conquistando espaço é Thiago Crema, ou “KKremate”. O ponta-grossense já ocupa a 13ª colocação no ranking da Global Poker Index e faturou cerca de US$ 5,7 milhões até o momento em torneios on-line, que disputa desde meados de 2015. Esses valores o tornam um dos jogadores mais premiados do Brasil em competições ao vivo.
MULHERES NO POKER
Mas ele não é o único paranaense a se destacar atualmente. Há também mulheres que não podem ser esquecidas. Afinal, para entender a evolução do poker como um todo, é necessário analisar também a crescente participação feminina no esporte da mente. Desse modo, o estado paranaense é um celeiro de boas jogadoras da modalidade.
É o caso da curitibana Dayane Kotoviezy, da equipe partypoker. Ela não apenas é a melhor jogadora no ranking nacional feminino do Global Poker Index, mas também aparece no top 10 geral de competidores (incluindo homens e mulheres), superando nomes como Yuri Martins, Pablo Brito e André Akkari.
Em julho deste ano ela conseguiu mais um prêmio, ao levar o terceiro lugar no WPT Opener, ganhando US$ 82.050 no campeonato on-line. Com a experiência, Kotoviezy se tornou mentora da Massari Poker School, uma escola voltada para jogadores que estão no início da carreira.
PEDRO GARAGNANI
Além de Kotoviezy, outro jogador paranaense que também vem tendo bons resultados é Pedro Garagnani, mais conhecido como “Pvigar”. Ele ocupa atualmente a 7ª colocação no poker nacional, sendo portanto um dos nomes mais conhecidos do esporte nos feltros virtuais. Por causa dos circuitos que já enfrentou, Pvigar já faturou cerca de US$ 2,7 milhões, uma cifra considerável para um jovem com menos de 30 anos.
Campeão do Powerfest, Garagnani mantém uma postura discreta, preferindo manter a rotina longe dos holofotes e focar apenas nos jogos. Em uma entrevista, ele revelou que ter estudado engenharia da computação favoreceu o jogo.
“Eu sempre fui muito software-oriented, acredito que pela minha formação em informática. Sempre procurei fazer melhor uso das ferramentas que tinha disponíveis na época – começando com o SNGwizard, depois ICMizer, equilab, Flopzilla, até os mais modernos solvers. Na minha opinião são os responsáveis por tornar 99% dos jogadores que são vencedores hoje no que são. Isso unido com as muitas horas de jogo ao vivo que joguei creio que seja uma boa mescla entre teoria e exploitability”.
YURI MARTINS DZIVIELEVSKI
Na ocasião, ele também demonstrou ter grande admiração por Yuri Dzivielevski, outro grande nome do Paraná e que brilha tanto nos torneios nacionais quanto nos internacionais. Dedicando-se ao esporte há mais de 12 anos, Yuri está no auge da carreira e já possui um considerável bankroll, graças às disputas presenciais e virtuais.
Portanto, Dzivielevski está entre os melhores jogadores de poker do mundo, segundo ranking divulgado pela Pocketfives. Além disso, em agosto deste ano ele conseguiu o segundo bracelete na WSOP on-line. E assim, se tornando o primeiro brasileiro bicampeão da série após bater 4.356 inscritos.
Desse modo, uma das características mais marcantes de Dzivielevski é o gosto pelo desafio. Talvez isso explique a paixão por torneios ao vivo, que considera bem mais motivador, apesar do cansaço das horas de jogo. Ele também gosta de encarar modalidades diferentes do poker como Omaha. E jogos que possuem mais ação como o No Limit Texas Hold’em e Pot-Limit Omaha. Sem dúvida ele é um nome que só promete se destacar ainda mais nos próximos anos.
TREINO E DEDICAÇÃO
Assim, o que se percebe é que com esses nomes, não há limite para o crescimento do poker no Estado. E como se trata de um esporte que possui vários torneios internacionais, a possibilidade se surgirem outros nomes é grande. Por fim, o que esses esportistas mostram é que para chegar ao sucesso é preciso uma boa base de estudos e treinamento, que incluem horas de dedicação.
Afinal, no poker pode se contar com a sorte, mas é necessário bem mais do que isso para formar uma boa carreira, como os bons exemplos mostrados.
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