A Procuradoria Regional dos Direitos dos Cidadãos, do Ministério Público Federal, acompanha denúncia contra policiais e jornalistas no Paraná. Para isso, o MPF instaurou uma ‘Notícia de Fato’ pela incitação de violência e discriminação contra indígenas. De acordo com a ação, as manifestações ocorreram depois de um acidente na BR-277 no dia 11 de novembro.
Conforme o MPF, no dia 24 de novembro, instaurou-se a Notícia de Fato para averiguar a denúncia contra o repórter Luciano Alves. Ele é apresentador da Tribuna da Massa, da TV Naipi. De acordo com reportagem publicada no site ‘De Olho nos Ruralistas’ “o apresentador, ao tratar da questão teria, na edição de terça (17), acusado ‘os Kaingangs. Segundo o MPF, sem provas, ele acusou os indígenas de colocar óleo na pista da BR-277 para provocar acidentes e saquear os motoristas. Além disso, o repórter defendeu uma intervenção urgente das autoridades”.
Conforme o documento, “em outro momento na mesma reportagem, o apresentador teria proferido as seguintes palavras: ‘Agora vai ter mais: a polícia pode descer bala. Agora é bala de borracha, é bomba, é gás em cima desses índios. E que sejam punidos. Vocês sabem das regras, vocês não andam pelados, com a cara pintada, não têm aquelas gotas de prato não. Então vocês prestem atenção. Vocês vão para a cadeia. Quadrilha!” A TV Naipi e o apresentador têm 15 dias para se manifestarem.
VAZOU
Entretanto, no dia 3 de dezembro, o procedimento passou por atualização, tornando-se “Procedimento instaurado para verificar a prática de incitação de violência e discriminação contra os indígenas por repórteres, policiais e apresentadores de programa televisivo”.
Isso ocorreu depois que reportagem do site “Brasil de Fato PR” mostrou trechos de uma troca de conversas entre policiais e jornalistas em um grupo de mensagens virtual. De acordo com o documento, entre as frases discriminatórias proferidas virtualmente estão: “‘Esses seres’ não respeitam nada nem ninguém. Senta o dedo PRF. Fazer essas ‘coisas’ aprenderem na marra a respeitar a lei e os outros” e “Audácia. Alguém tem q fazer alguma coisa, tá difícil. Essa gente vai acabar matando mais pessoas inocentes na rodovia”. O Comando da Polícia Rodoviária Estadual e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná têm 15 dias para se manifestarem.
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