Tem gente que tem jeito e cheiro de flor. Gente que a gente olha e percebe a alma. Tem gente que transborda talento, humor, personalidade e muita, muita criatividade. Natália Viana é dessas pessoas que encantam. Assim como o feed do Instagram, a trajetória transmite o que Victor Hugo cita em poema quando diz que “flores também podem ser selvagens”.
Natália é formada em Moda e possui pós-graduação em Gestão Empresarial. Aos 19 anos a jovem decidiu se aventurar no mundo empreendedor e abriu seu próprio negócio: uma marca de roupas femininas. “Durou seis anos, depois disso eu decidi largar tudo e recomeçar minha história em São Paulo. Aqui estou há cinco anos”.
A vontade de empreender deu espaço as novas profissões, Natália é estilista, produtora e fotógrafa, mas se intitula criadora de coisas. Porém, os afazeres em tempo integral são: montar arranjos de flores para produções publicitárias, criar e fotografar conteúdo para uma marca de roupas e acessórios para bebês.
Eu jamais pensei que fosse trabalhar com algo assim, mas tem sido bem interessante para minha criatividade e meu olhar ter uma rotina com outros tipos de elementos que saem totalmente da minha zona de conforto. Se tem uma coisa que aprendi durante esse tempo é que o desprendimento é algo que me motiva e inspira muito.
O amor pela fotografia nasceu junto ao desenvolvimento do amor pela moda. Quando desenhava e criava peças de roupas, Natália já tinha gosto pelas câmeras. Ela lembra que a natureza era um bom motivo para fazer fotos e achava incrível capturar os pequenos detalhes. Desse modo, trabalhava com muitos tecidos de estampas florais, por isso registrar as flores foi algo natural. “Então, elas me trazem paz, mas o que mais me dá mais paz é saber que com os meus registros elas se tornam eternas”.
Sendo assim, apesar de ter seguido outros rumos, as perguntas sobre moda continuam, isso inclui aquelas sobre voltar a fabricar roupas. Entretanto, Natália afirma que atualmente essa não é uma opção. A artista não possui interesse em empreender novamente. Apesar de ser apaixonada pelo universo fashion, entende que a indústria está prejudicando o meio ambiente e, consequentemente, todas as vidas. “Tenho tentado admirar mais as roupas sem precisar ter que comprar ou colocar várias peças no armário”.
CRIANDO
Cada pessoa tem uma forma de buscar inspiração e colocar a arte para fora, seja no papel, música, em fotos, ou qualquer outro meio. Sendo assim, Natália conta que a ideia convencional de pegar referências e montá-las do jeito metodológico não funciona. Para ela o passo é um pouco diferente, mais parecido com um mantra “eu quero fazer e vou fazer”.
Podemos dizer que uma parte das ideias são ligadas as raízes. Os pais possuem apego e paixão por plantas, vivem em contato com a natureza e gostam muito de café. Portanto, a relação direta com flores e a natureza em geral são parte do combustível para as criações. Após sair da casa dos pais, esse foi um meio encontrado para não esquecer sua história e, claro, matar a saudade da família.
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