Dados do Ministério Público do Paraná apontam que nos 12 primeiros dias de 2021, um caso de tentativa ou feminicídio consumado foi registrado a cada dois dias, no Estado. Além disso, de 2019 para 2020 houve um aumento de 3,8% nos inquéritos de feminicídio no PR.
A situação da violência contra a mulher tomou proporções significativas entre o fim do ano passado e o início deste ano. Em Guarapuava, onde há o registro de, pelo menos, um caso do gênero por dia, chegou a registrar sete casos de violência contra a mulher em apenas 12 horas no início desta semana.
Em todo o Estado, o ano de 2020 terminou com 217 ocorrências, de acordo com dados do Ministério Público. Conforme as informações, estes registros são referentes às tentativas ou feminicídios consumados. Já em 2019, 209 inquéritos pelos crimes foram abertos no estado, conforme o levantamento. Somente em Curitiba, o órgão registrou aumento de 30% nos casos, com 26 registros em 2020, contra 20 de 2019.
A promotora Roberta Massa disse ao Portal G1, que o aumento no número de ocorrências pode ter ligação com a pandemia do novo coronavírus.
Na pandemia, nós tivemos mulheres confinadas dentro de seus lares junto dos agressores. Nós morremos nas mãos dos nossos companheiros, dos nossos maridos, dos nossos namorados. Isso é diferente de onde os homens brasileiros morrem.
POSSÍVEIS CAUSAS
O fato é que diversos fatores podem influenciar para este tipo de situação nesta época do ano. É o que explica o psicólogo Silvio Luiz Ortiz.
Temos o problema da pandemia, que já foi um dos fatores que colaborou para o aumento da violência, e inclusive, o número de divórcios. Nós temos ainda a situação de que muitas pessoas no fim do ano tem dificuldade, tem problemas, ficam mais sensibilizadas, e pode se somar ainda ao alto consumo de bebida alcoólica nesta época.
Além disso, sobre os homens que cometem este tipo de violência, o profissional explicou que antes, pela questão da sociedade, o homem mandava e a mulher obedecia. Geralmente, a mulher não conseguia se defender disso, não tinha renda própria nem autonomia, era um outro contexto social.
“Agora com a independência feminina, se ela não for tratada bem, se o homem não coopera, a tendência da mulher, é tomar o rumo dela. Então a relação desponta neste cenário. As mulheres estão cada vez mais predominando o mercado de trabalho, nos concursos, nas universidades e quando combina o fator de mulher independente e um homem com características violentas, infelizmente ocorrem essas tragédias”.
As mulheres vítimas de qualquer tipo de violência podem fazer denúncia on-line.
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*Com informações do Portal G1