A uva e produtos derivados dela são cartão postal de Bituruna. Mais que isso. E dá pra perceber a importância da fruta logo na entrada da cidade. O produto movimenta a economia do pequeno município de pouco mais de 16 mil habitantes. Isso porque descendentes de imigrantes italianos trouxeram do Rio Grande do Sul a paixão pelos parreirais.
O produtor Renato Jair Sandi, completa duas décadas de lida na pequena propriedade cercada por montanhas em 2022. E afirma que a uva de Bituruna é diferenciada. “Isso determina um vinho diferenciado também. Já ouvi de turistas de Pernambuco, que eles nunca haviam experimentado frutas tão doces. É um sabor especial”.
Sandi é um dos principais “artesãos da uva” de Bituruna. Produz em média, cerca de 30 toneladas por mês, entre as rústicas (especiais para vinho) e as de mesa (para o consumo). Parte significativa de tudo que sai das parreiras da cidade. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), Bituruna produziu 250 toneladas da uva de mesa, espalhadas em 10 hectares de plantação no ano passado.
Conforme Marcos Ludorf, técnico agrícola do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), foram outras 780 toneladas da fruta para vinho, em uma área de 85 hectares.
“É uma tradição que passa de geração para geração. Notamos que, gradativamente, a produção da uva de mesa vai ganhando mais espaço por causa do valor agregado. Enquanto o quilo das uvas que vão para a indústria do vinho saem em média por R$ 1,50, aquele especial para o consumo chega a R$ 5”.
VINÍCOLAS
O empresário Everton Sandi sabe bem como funciona essa passagem de bastão entre gerações da uva. Ele conta que o avô trouxe para Bituruna a tradição já consolidada no Rio Grande do Sul, abrindo a jornada da família nos parreirais paranaenses. O pai seguiu a tradição até o negócio chegar à terceira geração.
Conforme a Agência, junto com os irmãos Everton deu o impulso que faltava para a vinícola Di Sandi prosperar. Hoje a colheita de fruta na propriedade de 8,5 hectares chega a 180 toneladas por ano. A fruta é transformada em mais de 200 mil litros de vinho, e está em carta que contempla mais de 10 tipos da bebida. São espumantes, grappa e sucos – produção associada com outros parceiros.
Somos uma empresa familiar que prima pela qualidade acima de tudo. Qualidade da uva, que só existe em Bituruna, e do vinho.
INDICAÇÃO GEOGRÁFICA
Outra particularidade do município é a uva casca dura. De acordo com a Agência Estadual de Notícias, a fruta recebe esse nome justamente por ter a casca mais resistente do que o normal. O produto busca reconhecimento nacional com o selo de Indicação Geográfica (IG).
O processo está em andamento no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Assim sendo, quando for aprovado, poderá ser replicado nas bebidas derivadas desta qualidade de uva, evitando fraudes como afirma Renato Sandi. “Isso vai acabar com qualquer tipo de falsificação. Uva e vinho de Bituruna serão somente esses, com o selo de procedência”.
NO PARANÁ
Conforme a Agência, no Paraná, a produção de uva está disseminada na maior parte das Regiões. Atualmente, o Estado tem 3.584 hectares destinados à cultura, que somam uma produção de 53,1 mil toneladas, segundo dados do Deral. É o quinto maior produtor do País.
O município de Marialva lidera o ranking estadual com uma área de 473 hectares (13% do total) e produção de 11,7 mil toneladas. Por fim, outros destaques são Rosário do Ivaí, Mallet, Cerro Azul e Bandeirantes, além de Bituruna.
Leia outras notícias no Portal RSN.