22/08/2023


Agronegócio Paraná

Guarapuava tem capacidade para armazenar 10,5 mil toneladas de maçãs

O Paraná está na rota nacional das maçãs. Guarapuava, que teve anos de destaque, mantém espaço para armazenamento, classificações e embalagens

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Guarapuava tem capacidade para armazenar 10,5 mil toneladas de maçãs (Foto: Gustavo Giacon)

Pesquisa e tecnologia aliadas trazem bons resultados, algo que não é segredo para ninguém. E, justamente essa união tem proporcionado ao Paraná marcar presença, mesmo que ocorra de forma sutil, em um mercado que destacou Guarapuava há cerca de 30 anos. Desse modo, o cultivo da maçã Eva, possibilitou ao estado produzir uma especialidade da fruta que tem baixa necessidade de frio, com maturação precoce e ciclo desde a floração estimado em 123 dias.

Em Guarapuava, há aproximadamente 30 anos, o programa Planalto Verde colocava em prática uma ação voltada para o cultivo de maçã. Começava então a transformação de toda a Região em modelo de fomento às atividades capazes de gerar postos de trabalho, e manter o homem do campo trabalhando com mais possibilidades.

Atualmente, a presença do município aparece também com a disponibilidade de rede de frio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, que mantém um armazém com capacidade para 7,5 mil toneladas. Lá são feitas as classificações e embalagens das frutas. Além disso, a iniciativa privada coloca à disposição dos produtores mais câmaras frias que totalizam um adicional de três mil toneladas.

MAÇÃ EVA NO PARANÁ

(Foto: Reprodução/AEN)

As características fazem com que a colheita da Eva comece em dezembro, antes de outras variedades como Gala e Fuji, que dominam as plantações de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Assim, a espécie ‘paranaense’ chega antes ao consumidor, ganhando uma fatia importante do mercado de maçãs.

Um dos beneficiários da técnica é o agricultor Rui Afonso Fleith, de Paula Freitas, no Sul do Paraná. Há duas décadas no ramo, ele colhe cerca de 500 toneladas de frutas por ano. Aliás, torno de 80% da produção, ou 400 toneladas, são da maçã Eva.

De acordo com ele, a produção de maçã tem destino certo. A maior parte vai para Fraiburgo, em Santa Catarina. De lá, um distribuidor parceiro encaminha para diferentes pontos do País. Outra fatia, menor, fica na própria Região, no comércio de cidades como União da Vitória, Porto Vitória e Paulo Frontin.

Então, como nessa Região não faz muito frio, a Eva se adaptou perfeitamente por ser menos exigente. Além disso, por colher antes das grandes áreas produtoras, conseguimos um preço um pouco melhor.

PRODUZINDO A MAÇÃ

(Foto: Reprodução/AEN)

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o Paraná é o terceiro produtor nacional de maçã com 3,6% de participação no mercado interno. Em 2019 foram 28,4 mil toneladas e Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 69,2 milhões – Rio Grande do Sul (53,7%) e Santa Catarina (41,7%) dominam o mercado.

Quase metade da produção estadual está concentrada na Região de Curitiba (49,2%), com destaque para a Lapa, o segundo município produtor do Paraná, com 22,8% das colheitas. Palmas, no Sudoeste, responde por 27,9% da colheita, liderando a atividade que se espalha por 37 municípios de Paraná.

Portanto, no Estado foram comercializadas 46,5 mil toneladas da fruta em 2019, a sétima em volume (8,1%) e a primeira em montante financeiro transacionado, com R$ 194,7 milhões (13%). Dessa maneira, o preço médio do quilo se estabeleceu em R$ 4,18.

Sendo assim, para 2021, a safra no Paraná deve superar 32 mil toneladas, o que representa uma oferta ajustada ao consumo, por isso o preço melhor para o produtor. Desse total, 14 mil toneladas são da variedade Eva.

FESTA DA MAÇÃ E GUARAPUAVA

(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Na década de 1980, Guarapuava chegou a ser berço da Festa da Maçã. Na época, o município conquistou resultados surpreendentes, sendo o primeiro na produção da fruta, com 60% do volume paranaense. Dessa maneira, prefeitura e agricultores se interessaram em promover o cultivo e a comercialização da maçã.

Assim, a Festa da Maçã, que durava uma semana e ocorria no parque de exposições Lacerda Werneck, contava com estandes com os mais diferentes produtos da Região, todos feitos a partir da maçã. Doces, bebidas, ponches e tortas atraiam os paranaenses. Além disso, a rainha da maçã era eleita. Entretanto, como o cultivo da fruta se tornou inviável em Guarapuava, a festa foi organizada pela última vez em 1989. O ponto alto era a escola da Rainha da Maçã com shows até internacionais. Esse foi o caso do jamaicano Jimmy Cliff.

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Antunes

Jornalista

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