22/08/2023


Cotidiano Guarapuava Saúde

Avanço da covid-19 põe Guarapuava no respirador

Apenas 10 médicos encontram-se na ativa para atender 33 Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Guarapuava e no interior

UTI HR GUARAPUAVA

HR tem 30 leitos de UTI para atendimento da doença (Foto: Hospital Regional de Guarapuava)

A saúde pública em Guarapuava está no respirador. Somente nesta sexta (12) temos 135 novos casos de pacientes confirmados com a covid-19. Outras duas pessoas morreram; uma delas em casa. Agora o total de confirmados são 9.769 casos de contágio e 136 mortes no município.

Esse, entretanto, é apenas um recorte da dura realidade que envolve o setor no país. Portanto, Guarapuava não é uma exceção à regra. De acordo com números atuais, embora a cidade conte com 30 leitos públicos (SUS) de UTIs no Hospital Regional, mais 60 de enfermaria, o número é irrisório.

Nem mesmo a abertura de 17 novos leitos de UTIs anunciados nesta sexta poderá dar conta da demanda, se os números do contágio continuarem aumentando. E o que é ainda pior. Outras doenças graves continuam fazendo vítimas. São doenças cardiovasculares, acidentes, doenças renais graves, entre outras, que também exigem vagas em UTIs.

Todavia, em meio a esse cenário desalentador, há muitas carências. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Jonilson Pires, o sistema está com 30% de déficit no número de médicos na rede assistencial. “Tivemos cinco desligamentos nos últimos dias. Três do programa ‘Mais Médicos’ e outros dois concursos específicos da covid-19”.

E TEM MAIS

Além desses, outros sete médicos encontram-se afastados por força do decreto municipal. Ou por causa da idade ou por sofreram comorbidades. Dessa forma, apenas 10 encontram-se na ativa para atender 33 Unidades Básicas de Saúde (UBS) na cidade e no interior. Além de três unidades de Pronto Atendimento (Batel, Primavera e Trianon).

“Por isso, precisamos que a população se conscientize sobre a gravidade da situação”. Conforme Pires, nesta sexta uma reunião com diretores de UBS pautou-se justamente por esse tema. “As pessoas devem ir aos postos somente em casos mais graves. A troca de uma receita, por exemplo, pode esperar. Precisamos abrir espaço para que realmente necessita. Temos que evitar aglomerações. Assim, estamos reorganizando o fluxo interno nas unidades para que a população não fique desassistida, mas também não superlote as unidades”.

BUSCA DE SOLUÇÃO

Todavia, em busca de solução, o prefeito Celso Góes abriu no Processo Seletivo Simplificado (PSS). Destina-se à preencher 11 vagas, dos quais cinco para urgência e emergência e seis para atendimento de UBS. Conforme a Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura, até o momento 11 candidatos estão inscritos. “A procura é pouca”. O resultado sairá em 25 dias.

Enquanto isso não ocorre, segundo Pires, a reorganização da agenda de atendimento passou a fazer parte do cotidiano da Sesa. “Hoje o nosso foco prioritário são os pacientes com suspeita ou já com a covid-19. Aumentou muito essa demanda. Entre 30% e 40%”.

Outra alternativa, segundo Jonilson Pires, é a implantação de alas específicas nas unidades de pronto atendimento. “Será justamente para atender esses pacientes suspeitos ou com covid-19. Dessa forma, os demais pacientes estarão sendo preservados. Mas tudo esbarramos na falta de recursos humanos”.

COMPRA DE INSUMOS

Ainda como forma de atender a população da melhor maneira possível, a Sesa fez dispensa de licitação para a compra de insumos. “Vamos comprar máscara de oxigênio, bomba de infusão para medicamentos. Além de anestésicos e medicamentos especiais”. De acordo com Jonilson Pires, hoje (12) o prefeito Celso Góes sancionou a lei que permite a inclusão de Guarapuava no consórcio de municípios brasileiros. “Isso vai permitir a compra de vacinas, caso o Plano Nacional não faça a sua parte”.

NÚMEROS DO PARANÁ

Por fim, nesta sexta (12), o Paraná atingiu quatro mil leitos exclusivos para o atendimento de infecções pelo novo coronavírus. Trata-se do maior número desde o início da pandemia. Mesmo com o grande contingente, estão ocupados 97% dos leitos de UTI e 86% das enfermarias.

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Cristina Esteche

Jornalista

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