22/08/2023
Cotidiano Guarapuava Tecnologia

Guarapuava será berço de ‘startups’ com o Vale do Genoma

Com a assinatura de memorando nesta quinta e a adesão da Jacto, Guarapuava tem até 90 dias para constituir Conselho Curador do Vale do Genoma

Vale do Genoma

Autoridades participam do lançamento do Vale do Genoma (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

Guarapuava tem até 90 dias para constituir o Conselho Curador, órgão que vai regular o ‘Vale do Genoma‘. De acordo com o Memorando de Entendimento (MOU), assinado nesta quinta (18), também deverá ser constituído um fundo de investimentos. Esse fundo vai apoiar o desenvolvimento de ‘startups’. Duas empresas já irão aportar o capital inicial: os grupos Repinho e Jacto.

De acordo com o documento, o MOU também estabelece outras estruturas para a operacionalização do Vale do Genoma. Como por exemplo, um conselho consultivo e de alguns comitês. Estes serão compostos por pesquisadores de renome em genômica e inteligência artificial na saúde, agricultura e agropecuária.

Assim sendo, o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Nelson Bona, é um dos signatários do convênio firmado entre o setor público e a iniciativa privada. Também participam a comunidade científica. Assim sendo, Guarapuava deu um novo passo para a implantação do polo de ‘startups’ voltado para a pesquisa genética.

O PRIMEIRO DO MUNDO

O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

Pioneiro no Brasil e no mundo, o Vale do Genoma será um ecossistema de inovação. A abordagem será na pesquisa genômica e em inteligência artificial aplicada à saúde. Entretanto, com ênfase também em agricultura e agropecuária. De acordo com Bona, a ideia é desenvolver um modelo de coopetição.

Trata-se de um conceito organizacional que alia a cooperação à competição. Também favorecendo o crescimento de segmentos empresariais e profissionais. Conforme Bona, a inovação ocorre na medida em que o governo consegue articular a academia e a iniciativa privada para transformar ideias em projetos de grande impacto.

Com o Vale do Genoma, Guarapuava será um polo na área da genômica, voltado não apenas para a saúde humana, como também para a questão da pecuária e da agricultura, buscando o melhoramento genético de plantel, tudo aquilo que a pesquisa genética permite fazer.

Além disso, a estruturação desse ecossistema de inovação vai impactar na geração de negócios entre ‘startups’ e outras empresas. Isso ocorrerá a partir do desenvolvimento de soluções inovadoras e tecnológicas. Entretanto, considerando o conhecimento científico e a participação de pesquisadores e da comunidade acadêmica.

“O governo entra neste projeto como articulador, a academia com a pesquisa científica e a iniciativa privada com os investimentos necessários para implantação do Vale do Genoma.”

ESTRUTURA

O prefeito de Guarapuava, Celso Góes (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

O Vale do Genoma integra a estrutura da Cidade dos Lagos, bairro planejado de Guarapuava. Esse local já conta com o campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Além do Hospital Regional de Guarapuava, o Câncer Center e o Instituto para Pesquisa do Câncer de Guarapuava (Ipec).

De acordo com o prefeito Celso Góes, esse projeto traz uma esperança para a cidade. Conforme o prefeito, tanto na geração de emprego, como na busca pela cura de diversas doenças. “Neste momento dramático que vivemos com a pandemia, percebemos que somente através da ciência, com pesquisas e vacinas, poderemos avançar. Precisamos cada vez mais investir em pesquisas”.

POLO DE STARTUPS

No contexto científico estadual, o Vale do Genoma representa uma unidade central de prestação de serviços de sequenciamento genético e de procedimentos correlatos para pesquisadores de todas as instituições de ensino superior e institutos de pesquisa científica. O ecossistema foi pensado para atender demandas de sequenciamento de vários projetos, inclusive no âmbito da agricultura e agropecuária, por meio de metodologias de alto desempenho.

O médico David Livingstone Figueiredo, presidente do Ipec e coordenador do curso de Medicina da Unicentro (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

De acordo com o médico David Livingstone Figueiredo, presidente do Ipec, os estudos serão aplicados com foco no desenvolvimento de produtos e serviços viáveis para o mercado. Doutor em Ciências Médicas e coordenador do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), ele também coordena a Rede de Estudos Genômicos do Paraná. Este mês a Rede passou a integrar a rede nacional que pesquisa o sequenciamento genético do SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19.

Tsen Chung Kang, Diretor de Pesquisa e Novos Negócios do Grupo Jacto (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

Conforme David, a estrutura laboratorial vai dispor de equipamentos de última geração para o armazenamento e processamento de dados. “A pandemia ajudou a acelerar o processo para implantação do Vale do Genoma, que será um ecossistema diferenciado porque vai concentrar todos os níveis de conhecimento, desde a pesquisa básica até aquelas desenvolvidas por empresas, no modelo do Vale do Silício, nos Estados Unidos”.

SIGNATÁRIOS

O documento, que já contava com a assinatura do governador Carlos Massa Ratinho Junior, também foi firmado pelos titulares da Seti, Aldo Bona; da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Ramiro Wahrhaftig. E por representantes do Centro de Inovação no Agronegócio (Ciag), da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FSNT), da Associação Cilla Tech Park, além do Ipec.

Leia outras notícias no Portal RSN.

 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.