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Maternidade real: mamães também ficam cansadas (Foto: Reprodução/Freepik)
A história parece ser muito simples. Uma mãe acorda muito cedo, antes dos filhos, organiza, limpa, amamenta, ajuda com os deveres de casa e oferece carinho. Ela ainda trabalha fora e está sempre disposta e animada. Ufa! Quem estamos descrevendo? Uma mãe ou uma super-heroína? Certamente nenhuma das duas, pois pessoa alguma consegue dar conta sozinha de todos esses afazeres. Ou pelo menos não deveria.
Durante muito tempo, as mulheres receberam a delegação de cuidadora. Enquanto aos homens, o papel de provedor. Ainda hoje, muitas vezes enxergamos as mães como mulheres quase perfeitas, guerreiras, que fariam de tudo pelos filhos e que mudaram radicalmente por causa deles.
Em muitos casos, elas cuidam de tudo ao mesmo tempo, sem olhar para si ou sem ter quem olhe para elas. Sem ter, muitas vezes, uma rede de apoio. Para Mirian Baitel, mãe terapeuta e doula, o “esgotamento materno se dá pela cobrança social” para que as mães sejam “supereficientes em todos os âmbitos”. Como doula, Mirian já acompanhou diversos partos e, ainda, já pariu quatro vezes.
Logicamente uma rede de apoio faz toda a diferença, principalmente quando nasce um novo bebê, que é quando tudo está em adaptação. Na minha vivência eu me desdobro em ser mãe, dona de casa e profissional. Divido as tarefas e horários com meu companheiro, mas no dia a dia somos apenas nós.
Muitos acreditam que, depois do parto, ou até mesmo durante a gravidez, as mulheres adquirem uma espécie de superpoder que a torna provedora de todas as soluções. Mas a maternidade real passa longe disso. Muitas mães deixam de lado o descanso e o autocuidado. Qual mãe nunca ouviu a famosa frase “cochile enquanto o bebê dorme”, quando reclama que está cansada?
Sendo mulheres, já temos a tendência de querer dar conta de tudo. Tornando-se mães, aumenta exponencialmente essa carga. E claramente, não damos conta sozinhas, alguma coisa vai falhar, e geralmente é a saúde da mãe, física e/ou mental.
Mirian e seus três filhos João, Luan e o caçula Akin (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Além de toda sobrecarga que as mães já sofrem, elas não podem reclamar nunca do que estão passando. Contudo, as mães não deixam de amar os filhos por não amarem tanto assim a maternidade.
Amo meus filhos absurdamente, mas nem sempre eu amo ser mãe. É realmente muita doação, extrema responsabilidade, mas isso não significa que eu canso deles. Eu canso por todas as outras atividades que preciso fazer, além do trabalho com meus filhos. Criar e educar um ser humano com valores não é tão fácil, principalmente no momento em que estamos vivendo.
MATERNIDADE REAL
Em tempos de rede sociais, muitas mulheres mães usam suas contas no Instagram para mostrar um pouco de como é a vida com crianças. Além disso, mostram desafios, vulnerabilidades, redes de apoio (quando existe) e, com isso, ajudam outras mães que buscam afeto e afago em seus caminhos.
O Portal RSN separou quatro perfis de mulheres mães incríveis que mostram como a maternidade é transformadora, mas também desafiadora.
“É muito relevante ressaltar que nós, mães e crianças sofremos muito preconceito social, crianças não são bem vindas em muitos ambientes, consequentemente nós mães somos mal vistas pelas nossas crianças serem simplesmente crianças. Essas atitudes tem inclusive adultilizado precocemente nossas crianças e gerando vários problemas para elas mesmas”.
“INVISÍVEIS: É assim que muitas mães se sentem. O trabalho de criar, educar, alimentar, passar por dores, tristezas e desafios tendo que ouvir as pessoas invalidando o que sentimos e o nosso cansaço. Todo dia é uma maratona, toda fase é um desafio novo”.
“Existe um manual invisível que nunca ninguém leu, mas que é esperado que a mãe sofra, deixe de existir e sinta uma imensa amargura. Eu luto com todas minhas forças para não ser a mãe que a sociedade espera de mim”.
“O que faz as crianças ficarem bem não é mágica: é cuidado. Por trás de toda criança que tá BEM tem ou uma comunidade empenhada ou UMA mãe MUITO CANSADA. Sozinha não dá! S.O.S”.
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