22/08/2023
Agronegócio Paraná Região

Vale do Alecrim recebe certificado de livre da brucelose e tuberculose

De acordo com o Governo, o certificado garante mais lucratividade no ramo leiteiro. Paraná tem 93 propriedades certificadas

rebanho leiteiro

De acordo com o Governo, o certificado garante mais lucratividade no ramo leiteiro. Paraná tem 93 propriedades certificadas (Foto: Seab)

O Vale do Alecrim, propriedade rural no município de Pinhão, recebeu o certificado de livre da brucelose e tuberculose. As duas doenças atingem bovinos e provocam grandes perdas, sobretudo, em produtividade leiteira. O primeiro certificado da Unidade Regional de Sanidade Animal de Guarapuava (URS) foi entregue à produtora Angelita Aparecida Freski Surkamp.

Em 13 hectares, a família Surkamp mantém 52 cabeças de vacas, das quais 33 lactantes, com o objetivo de produção de leite e manutenção da agroindústria de queijos. De acordo com Angelita, as orientações técnicas dos servidores do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) foram fundamentais tanto para a melhoria na produção quanto para a conquista da certificação.

De acordo com a Agência Estadual de Notícias, na propriedade, além de Angelita, trabalham o marido e uma das filhas do casal. As outras duas estudam Engenharia Florestal e Agronomia na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). A produção é de 550/600 litros por dia. Aproximadamente 180 litros vão para a queijaria da família. O restante é entregue ao laticínio.

VALOR AGREGADO

Os produtos têm o registro no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e são vendidos na cidade. Contudo, Angelita quer ir mais longe. Assim que o processo de adesão do município de Pinhão ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) for encerrado, ela pretende ser uma das primeiras a se engajar e poder vender em todo o Paraná. “Os produtos são muito procurados até por outros Estados, têm boa aceitação”.

Porém, uma das exigências para ter o selo é estar livre da brucelose e da tuberculose animal. “Desse modo, estamos há muitos anos na atividade leiteira sempre com muita dedicação. Seguimos todas as orientações e exigências que a lei sanitária do Estado e do município impõem. Tanto na vacinação, quanto nos exames dos animais e nos cuidados com a propriedade”.

De acordo com ela, a certificação e o futuro selo do Susaf agregam valor aos produtos e devem fomentar ainda mais o negócio e aumentar a renda. Inclusive na venda de animais com matrizes e novilhas.

BRUCELOSE E TUBERCULOSE

Conforme a Agência, a brucelose e a tuberculose são doenças de grande importância em saúde pública. As zoonoses trazem riscos a pessoas e aos animais. Assim, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as perdas econômicas giram em torno de 25% na produção de leite nos animais acometidos com Brucella abortus. Quanto à tuberculose, os prejuízos ficam em torno de 15% em leite.

O Paraná tem atualmente 93 propriedades certificadas como livres das duas enfermidades. E ainda outras 17 em processo de certificação. De acordo com as informações, as que conquistam o título, além de comprovarem seriedade e comprometimento com a sanidade do rebanho, podem obter vantagens diretas.

Assim sendo, uma delas é na comercialização do leite, pois há laticínios que pagam adicional no preço do produto. Há, ainda, maior facilidade para o trânsito dos animais e vantagem na hora de comercialização.

ADESÃO

O produtor que quiser aderir ao processo de certificação de propriedade livre das doenças deve contatar uma Unidade Local da Adapar. Precisa ter todos os animais identificados. Além disso, ter médico veterinário responsável, e estar em dia com a vacinação contra brucelose.

Ademais precisa se comprometer a cumprir uma série de regras estabelecidas no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT) e no Plano Estadual (PECEBT). Após isso, são feitos exames diagnósticos em todos os animais da propriedade.

Os testes se repetem até que se obtenha dois resultados negativos consecutivos, com intervalo de seis a 12 meses. Por fim, a manutenção da certificação depende do cumprimento de todas as regras. E ainda de normas sanitárias estabelecidas. A renovação a cada ano se dá mediante testes nos animais.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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