*Reportagem com vídeo
Ela fez do preconceito, da violência, da opressão, o trampolim para conquistar a cidadania. Laysa Machado é guarapuavana, professora concursada de História, empresária, atriz, roteirista, palestrante. Além de outras funções que constam na carreira profissional, Laysa se destaca como a primeira diretora trans em escola pública na América Latina.
Entretanto, apesar de toda essa atuação ela ainda sente o preconceito. Se não apenas contra ela, como eco que ressoa e que fere a população LGBTQIA+ .
É muito triste pensar que o. Brasil é o país que mais mata pessoas trans.
Conforme o relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), em 2021, 140 pessoas trans foram assassinadas. Destas, 135 travestis e mulheres transexuais. Além de cinco homens trans e pessoas transmasculinas. Esse índice veio à tona nessa sexta (28). Ou seja às vésperas do Dia da Visibilidade Trans, 29 de janeiro.
De acordo com Laysa, isso ocorre também pela ausência do Estado. “Percebemos que os crimes são cometidos com requintes de crueldade. E que há falta de rigor na investigação, identificação e prisão dos suspeitos”.
Conforme a trans guarapuavana, a resposta do País perante a violência é muito fraca.
Nós precisamos de políticas públicas. Mais de 90% de trans e travestis estão na pista da prostituição compulsoriamente, por sobrevivência, após a expulsão de casa. Há a exclusão no.mercado de trabalho, nos espaços sociais.
A falta de oportunidade, conforme Laysa, coloca as pessoas em alta vulnerabilidade social. ‘Somos expostas aos maiores índices de violência, a toda a sorte de agressões físicas e psicológicas. Fato esse agravado com os efeitos da crise sanitária, econômica e social da pandemia da covid-19“. Segundo ela, tudo por culpa de uma sociedade conservadora, machista, hipócrita.
Um dos casos exposto pela televisão.brasileira recentemente envolve participantes do ‘reality show’ BBB, da Rede Globo. Duas participantes insistem em atribuir o pronome ‘ele’ quando se referem à travesti ‘Linn da Quebrada’.
Há dificuldade de acesso a auxílios governamentais e de obtenção de empregos em empresas. Somos invisíveis, mas existimos.
Assim sendo, Laysa defende maior representatividade no Legislativo.
Precisamos de pessoas no Poder Legislativo que assumam a causa, que não sejam enrustidas.
SEM DADOS OFICIAIS
A exemplo de outras cidades brasileiras, em Guarapuava, não há um dado oficial sobre o tema. Para dar visibilidade a esse universo de pessoas, o Portal RSN, contatou os quatro cartórios de registro civil da cidade. Em três deles se somam 17 processos para troca de identidade gênero. Em outro, não há um número exato. Mas conforme a atendente, são menos de 10. *Veja o vídeo.