Com a volta às aulas, retoma também a rotina dos alunos de pegarem ônibus todos os dias. No entanto, várias reclamações recorrentes do transporte público afirmam que estudar se tornou um desafio. “Todos os dias, eu perco 25 minutos da aula, porque preciso sair às 21h50. Mas minha aula acaba às 22h15. E se ficar até o fim da aula, fico 45 minutos no terminal e chego em casa tarde”.
As palavras são da aluna do Colégio Estadual Carneiro Martins, Rosemere Fabri de Oliveira. Ela mora no Residencial 2000 e precisa estudar no Centro da cidade. No caminho à escola, ela anda uma boa parte. “Só tem ônibus às 22h ou 23h. É perigoso, o ônibus não para na minha rua e eu tenho que caminhar um pouco para chegar em casa”.
Já o Mateus Antônio Pilonetto, mora no bairro Conradinho. Para ele, o problema já é outro, a super lotação em tempos de pandemia é preocupante. “Desde o ano passado tem esse problema, eu entro no ônibus às 18h e está cheio, não só o ônibus que vai para o Conradinho, mas outros ônibus também. E se alguém estiver com covid? isso pode prejudicar a saúde dos alunos”.
Do mesmo modo, o aluno Maicon Willian Didomênico também comenta que o fluxo no terminal e nos ônibus aumentaram.
Eu moro no Residencial 2000 e pego o ônibus para ir a escola às 7h. Antes da pandemia, ia um ônibus ‘sanfonado’ e um pequeno. Porém, quando começou a pandemia, eles retiraram esses ônibus e deixaram só um pequeno. O problema é que o comércio e as escolas já abriram de volta e eles ainda mandam apenas o ônibus pequeno esse horário e quase não cabe todo mundo dentro do ônibus e o distanciamento não existe.
Estes são apenas quatro relatos, dos inúmeros recebidos pelo Portal RSN. Por outro lado, a diretora auxiliar do colégio, Patrícia Padilha dos Anjos afirma que isso é apenas a ‘ponta do iceberg’. De acordo com ela, os alunos reclamam sobre vários aspectos, preocupando pais e professores.
Nós não temos autonomia para mudar os horários das aulas, temos que nos adaptar ao Novo Ensino Médio. Mas a falta de ônibus extras, incompatibilidade de horários, temos alunos que saem muito cedo e outros que chegam tarde. Esse é um problema de anos, e já fizemos uma solicitação, entregamos um documento pra eles [Pérola do Oeste]. Mas eles nos afirmaram que por questão de estrutura e de logística. eles não teriam como nos atender.
Para fechar a lista, a comunidade escolar também lida com outro problema: o processo on-line do Educard. Agora, em vez dos alunos entregarem os documentos presencialmente, eles devem fazer tudo pela internet. Contudo, a diretora conta que isto não é algo que os pais ou os alunos tem familiaridade.
Eles [alunos] têm muita dificuldade, muitos não conseguem fazer! Precisamos ajustar aqui na escola. Eles também não ficam acompanhando o processo, porque não estão acostumados com isso. Alguns que são menores, os pais têm muito mais dificuldade que os alunos, então isso se torna um problema.
Além disso, o Educard também está gerando prejuízos, pois os usuários reclamaram que está demorando muito para a equipe avaliar os documentos para a liberação do cartão. Assim, eles precisam pagar a tarifa ‘cheia’, o que fica mais cara para quem usa todos os dias. A Rafaela Cordeiro falou que enviou os documentos faz tempo. “Eu mandei já faz uma semana, e não consigo renovar. Enquanto isso, estou pagando passagem”.
RESPOSTA
Diante das reclamações, a empresa Pérola do Oeste afirmou que tem seguido todas as solicitações da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran). E está monitorando a demanda com relatórios diários nesta fase de retomada das aulas, tomando todas as providências de readequação para atender aos passageiros.
Sendo assim, conforme a concessionária, a partir da próxima semana haverá alterações e inclusões de novos horários, isto de acordo como o movimento se apresentou nestes primeiros dias de aula, tudo em caráter experimental por 10 dias. Em relação a lotação, a assessoria da empresa afirmou que já vem colocando carros extras nos horários de pico e em linhas específicas que apresentam necessidade.
Desse modo, a Pérola também respondeu sobre o Educard, ressaltando que “a equipe está avaliando os pedidos o mais rápido possível, mas muitos processos foram pedidos de última hora e sobrecarregou o sistema”.
Por fim, a empresa também lembrou que a Pérola do Oeste, assim como empresas de transportes de todo o Brasil, vem acumulando prejuízos potencializados pela epidemia, sem qualquer subsídio, e mantém o serviço oferecido à população da melhor forma possível.
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