O cuidado para a preservação do meio ambiente e da biodiversidade ganham espaço em Turvo. Para isso, em 2017 houve a implantação de duas Unidades de Conservação (UCs). Ou seja, são áreas para a preservação dos ecossistemas naturais, conforme prevê a Lei 9.985 de 18 de julho de 2000.
De acordo com a legislação, os principais objetivos passam pela conservação da diversidade biológica e dos recursos genéticos. Assim como a proteção das paisagens naturais, a recuperação e proteção dos recursos hídricos. Além da recuperação dos ecossistemas degradados e promoção do desenvolvimento sustentável. Assim como o lazer em contato com a natureza e o turismo ecológico.
Entretanto, além da proteção ao meio ambiente, as estações ecológicas têm como função as pesquisas científicas. Surgem também a visitação controlada, educacional que estejam definidas no plano de manejo da unidade. Conforme, a prefeitura, as UCs classificam-se em dois grupos. São eles: as Unidades de Conservação de Uso Sustentável e as Unidades de Conservação de Proteção Integral. Nesta última enquadram-se as Estações Ecológicas de Turvo.
NO BIOMA MATA ATLÂNTICA
Assim sendo, juntas, as estações ‘Rio Bonito’ e a ‘Felippe Paulo Rickli’ ocupam aproximadamente 7,40% do território do município. Ambas estão dentro da área de cobertura do bioma Mata Atlântica. No entanto, ainda no território turvense, está a Terra Indígena Marrecas, com aproximadamente 16.838,57 hectares.
De acordo com a administração municipal, a reserva possui cerca 98% do território de floresta nativa. Ou seja, nunca sofreu perturbações significativas, nem explorada ou influenciada direta ou indiretamente pelo ser humano. A soma das áreas das UCs Felippe Paulo e Rio Bonito com a área da Terra Indígena Marrecas evidencia que cerca de 19,5% do território do município estão protegidos
Além disso, essas UCs foram caracterizadas quanto ao relevo, flora, fauna e biota aquática e qualidade de água por meio do convênio número 24 de 2018 entre a Prefeitura Municipal de Turvo e o Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Também, neste mesmo convênio, foi feito o diagnóstico e intervenções socioambientais nas comunidades do município.
FELLIPE PAULO RICKLI
Com uma área de 306,8359 hectares, a UC Fellipe Paulo Rickli está a sete quilômetros a Sudeste da sede. O acesso conta com dois quilômetros no sentido Sul pela PR-466, saindo pela margem direita da rodovia. É necessário seguir por mais cinco quilômetros a Oeste em estrada de terra.
De acordo com a Prefeitura, a Unidade de Conservação desempenha um importante papel no abastecimento de água no município. Isso porque as oito nascentes estão dentro do território. Os recursos hídricos presentes nesta estação ecológica surgem como nascentes, sangas e pequenos lagos. Todos, indispensáveis para a manutenção da vida na bacia hidrográfica do Rio Turvo. Rio que contribui para o abastecimento da cidade. Além disso, nessa Estação Ecológica, há o predomínio de árvores como Imbuia, Cedro e Guabiroba.
Conforme o convênio n° 124/2018 houve a identificação de 150 plantas pertencentes a 37 famílias botânicas. E as mais abundantes foram Solanaceae e Asteraceae. E já foram listadas 191 espécies de vertebrados terrestres. Desses, nove espécies de anfíbios, uma espécie de réptil. Outras 152 espécies de aves e 29 espécies de mamíferos.
Também estão presentes diversas espécies de animais e vegetais ameaçadas de extinção como, por exemplo, Araucária (Araucaria angustifolia), veado-mateiro (Mazama americana), bugio-ruivo (macho) (Alouatta clamitans) e o macaco-prego (Sapajus nigritus). Ainda, Cedro e Imbuia.
LEIS ESPECÍFICAS
De acordo com a Prefeitura, a preservação e proteção destes ambientes é assegurada por leis específicas. Além do monitoramento de guarda-parques, Polícia Ambiental e por programas de educação ambiental. Conforme esses programas, tratam-se de atividades que mostram à comunidade a importância da estação ecológica para a sociedade. Além disso, a preservação do meio ambiente na Estação Ecológica resulta em ICMS Ecológico que o município de Turvo investe em Saúde, Educação e Meio Ambiente.
Além de tudo isso, o material produzido durante o convênio entre a Unicentro e a Prefeitura, oferece informações sobre as comunidades bióticas, que habitam os ecossistemas aquáticos da UC. Outro material é o diagnóstico preliminar da saúde de rios e riachos do município.
RIO BONITO
A área de 392,7327 hectares na UC Rio Bonito está a nove quilômetros do Norte da sede de Turvo. O acesso também é pela PR-466. Conforme a geografia da área, a Oeste limita-se com o rio Pedrinho e a Leste em parte pelo rio Tamanduá e PR-466. O encontro desses rios é o limite Norte da estação, e a Sul os limites são com propriedades particulares.
Nesta estação há predomínio da floresta Araucária, onde a espécie dominante é o Pinheiro-do-Paraná (A. angustifolia). No entanto, também foram observadas diversas espécies clímax da Floresta Ombrófila Mista. Entre elas está o pinheiro-do-paraná (A. angustifolia), cedro (Cedrela sp), Xaxim (Dicksonia sellowiana Hook) e Guabiroba (Campomanesia spp).
De acordo com o convênio 124 de 2018 na UC Rio Bonito, estão identificadas 293 plantas pertencentes a 63 famílias botânicas. Além disso, a composição da flora possui 106 espécies de plantas herbáceas, 110 arbustivas, 57 arbóreas e 20 lianas e epífitas.
ESPÉCIES
A Estação Ecológica Municipal Rio Bonito apresenta 150 espécies de vertebrados terrestres. Sendo três espécies de anfíbios, uma espécie de réptil. Outras 115 espécies de aves e 31 espécies de mamíferos.
Também estão presentes diversas espécies de animais e vegetais, ameaçadas de extinção. Como, por exemplo: araçari-banana (Pteroglossus bailloni), veado-mateiro (Mazama americana), o gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus), a jaguatirica (L. pardalis), o gato-maracajá (L. wieddii) e o puma (Puma concolor),as quatro espécies de felídeos citadas (L. guttulus, L. pardalis, L. wieddii e P. concolor).
Sobre o ambiente aquático, estão presentes nascentes, afluentes, Rio Pedrinho e Rio Tamanduá, que pertencem à bacia hidrográfica do Ivaí, considerado o principal.
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