22/08/2023


Guarapuava Saúde

Faltam medicamentos em farmácias e aumenta demanda de pacientes

Na falta dos remédios prescritos pelo médico o jeito é levar produtos similares. No entanto, estes também já estão sumindo das prateleiras

FARMACIA REMEDIOS

Sem medicamentos em farmácias (Foto: Reprodução/Freepik)

Dengue, covid-19, e principalmente, síndromes gripais e doenças respiratórias afetam grande parcela da população. E a preocupação é correr às unidades de saúde em busca de consulta e de medicamentos. Entretanto, virou cena cotidiana a pessoa sair com a receita na mão, e sem remédios.

“Se um cliente chegar e pedir um vidrinho de Novalgina, nós não temos”. Assim como disse a farmacêutica de uma farmácia da Vila Bela em Guarapuava, outros profissionais da área repetem o mesmo refrão. “Está faltando uma lista de medicamentos, principalmente pediátricos. Não temos antitérmicos, nem xaropes e antibióticos.

Conforme a farmacêutica Carla Tatiane Ferreira, que atua no Centro da cidade, ainda ontem chegou uma carga de amoxicilina. “Mas hoje já tem muito pouco. A demanda é muito grande”. Na falta do medicamento prescrito pelo médico a alternativa é levar produtos similares. No entanto, estes também já estão em falta nas prateleiras. “Acabou tudo. Não tem antibiótico e alguns similares”, endossa Guilherme Borges, do Bonsucesso.

Para se ter uma ideia, no começo deste mês, no Paraná estavam em falta cerca de 500 medicamentos, conforme informou o Sindicato de Varejistas Farmacêuticos. Situações assim têm sido frequentemente noticiadas em diferentes partes do país. E isso ocorre em pelo menos outros 17 estados e no Distrito Federal.

O PROBLEMA É DOS FABRICANTES

Se a população já fragilizada pela doença, procura culpados locais para a falta de medicamentos em unidades de saúde, está no endereço errado. Isso porque, o Brasil depende das importações do medicamento em si. E/ou dos insumos farmacêuticos ativos, que é o principal ingrediente de um medicamento. Além dessa situação, em 2022 o lockdown na China por causa da covid e a guerra na Ucrânia afetaram o fornecimento.

De acordo com o secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Gustavo Pires, nos últimos dois anos, as produções mundiais de insumos se voltaram para os medicamentos que estavam em alto consumo durante a pandemia. “Após isso, temos que entender que a China, há pouco tempo, entrou em fase de lockdown, então fechou as fábricas e os portos”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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