A sabatina promovida pelo Uol em parceria com a Folha, nesta sexta (3) teve como protagonista o pré-candidato ao Governo do Paraná, Roberto Requião. Embora filiado ao PT, uma das declarações de Requião chamou a atenção quando falou do MDB, partido de origem.
“Eu não saí do MDB, o MDB saiu de mim. Fui redator da carta de princípios do MDB. Introduzimos uma frase que o MDB é partido das classes populares, desligado do grande capital. É o partido das minorias e do povo. MDB saiu disso, virou balcão de negócios”.
A entrevista, no entanto, evitou tratar de temas polêmicos envolvendo o ex-governador. Uma delas, por exemplo, são as irregularidades cometidas no Porto de Paranaguá. Conforme esse histórico, isso ocorreu na administração do irmão do ex-governador, Eduardo Requião. Ele foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado a devolver R$ 26 milhões.
Todavia, entre as várias questões feitas ao pré-candidato, ele avaliou que o “Lula que saiu da cadeia é outro sujeito. Leu muito, refletiu muito, pensou muito e hoje é um sujeito de formação e convicção anti-imperialista e nacionalista pesadíssima. É a esperança para voltar à normalidade, discutir política e ter liberdade de comunicação”. Em seguida, desferiu: “Lula é o que temos à mão para salvar Brasil da entaladela em que nos metemos”.
“ARISTOTÉLICO”
Em outro momento, teceu elogios a Geraldo Alckmin (PSB) e afirmou que ele agrega na aliança com Lula. “Ele monta esse contexto nacional do Brasil se revoltando contra boçalidade do liberalismo econômico”. De acordo com Requião, a política econômica de um eventual novo governo de Lula, “poderá fazer tudo o que a circunstância lhe permitir”.
No entanto, para o pré-candidato, o “PT tem que ter projeto de governo. Chamaria de aristotélico”. E emendou: “Se tivermos programa aristotélico, Alckmin está dentro. Não é revolução. É retomada do Brasil pelos brasileiros. No começo eu até fiz algumas críticas ao Alckmin, mas eu pessoalmente gosto dele e acho que enriquece esse momento e transforma a eleição do Lula num movimento nacional de salvação do país”.
De acordo com a sabatina, entre tantas outras questões, disse que admirava o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro “no começo”. Também depôs que Lula está “mais experiente”. E ainda que “entendeu porque derrubaram a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e porque Lula acabou sendo preso. “O Sergio Moro estava por egocentrismo ou algum outro motivo, a serviço que não dos brasileiros. A investigação do [site] Intercept deixou claro que ele não investigava os amigos”.
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