22/08/2023


Cotidiano Região

Regional de Irati é a terceira que mais produz erva-mate no Paraná

Produzindo mais de 92 mil toneladas por ano, a maior parte da produção da regional vem da agricultura familiar

A maior parte da produção da regional vem da agricultura familiar, produzindo mais de 92 mil toneladas por ano (Foto: Secom/Prefeitura de Irati)

A Regional de Irati ocupa o terceiro lugar na produção estadual, com mais de 92 mil toneladas por ano, ficando atrás somente das regionais de União da Vitória e Guarapuava. A produção vem em maior parte da agricultura familiar, e é exportada para outros Estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Além disso, a regional acompanha o Estado, que na safra de 2021 se destacou como o maior produtor de erva-mate do país, com 715 mil toneladas por ano. Contudo, apesar de a regional ter sido destaque, o cultivo da planta passa por um processo de incentivo aos agricultores.

Por ser um mercado em expansão, a produção local já não atende a demanda industrial do município. Para suprir a necessidade, é preciso também comprar matéria-prima de Inácio Martins, Bituruna, Ivaí, Prudentópolis, São Mateus do Sul, Rebouças, Imbituva, Ipiranga e Pinhão.

A ERVA-MATE NA REGIÃO

A fim de incentivar a cultura da erva-mate, a Secretaria Municipal de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar oferece palestras e cursos aos agricultores, além de ter distribuído mais de 10 mil mudas, ao longo da atual administração.

Conforme o secretário do Raimundo Gnatkowski, os grandes proprietários, bem como os pequenos produtores, podem cultivar a erva-mate.

Os terrenos pequenos e íngremes podem ser aproveitados para o desenvolvimento de quatro culturas ao mesmo tempo, a araucária que produzirá o pinhão, a guabiroba, a erva-mate e a criação de abelhas.

A primeira colheita de erva-mate leva em torno de cinco anos para ocorrer. Depois disso, os brotos crescem novamente. Assim, os produtores podem fazer a colheita duas vezes ao ano e, se bem cuidada, a planta tem vida longa. O plantio, manejo e colheita são feitos de maneira braçal. Os ervateiros utilizam algumas ferramentas para facilitar, como tesoura elétrica, a mesma muito usada para a poda da uva, por exemplo.

(Foto: Secom/Prefeitura de Irati)

FAMÍLIA ERVATEIRA

A família Giotti tem uma relação com a erva-mate que perpetua por mais de 70 anos. Marcos Henrique Giotti, natural de Santa Catarina e três irmãos dele são ervateiros e aprenderam a lidar com o produto com os pais e a profissão passa de geração em geração.

Quando Marcos Henrique iniciou a carreira no ramo da erva-mate, se instalou em Sorriso-MT. Mas, como a qualidade do produto não estava boa naquela Região, ele preferiu mudar para a Irati. Há 11 anos no município, a ervateira detém seis marcas e além de fabricar o produto final, também entrega matéria-prima para outras indústrias.

Conforme o engenheiro agrônomo, João Henrique Giacomini Giotti, quando a matéria-prima chega, passa por uma seleção. “Depois vai para o sapeco que é o contato da folha com o fogo fazendo com que inativa as enzimas e pare a oxidação da planta. No secador, reduz a umidade, vai para uma peneira que separa a folha dos galhos. Depois vai para os moinhos, empacotamento e comercialização”.

No inverno, a oferta de matéria-prima é maior e a ervateira de Irati recebe em média 75 toneladas de folhas por dia. Isso resulta em 35 toneladas do produto final, diariamente. De acordo com Marcos Henrique, “durante o restante do ano a indústria reduz a entrada, pois, com o calor o produto estraga antes, tendo que ser processado no mesmo dia em que colhe”.

(Foto: Secom/Prefeitura de Irati)

EVOLUÇÃO DA ERVA-MATE

Historicamente, a erva-mate não tem o mesmo apreço que o café, pois o mundo ainda está em processo de descoberta do produto. De acordo com Giotti, agora que a erva está sendo mais explorada, indo além do chimarrão, do tereré e do chá. “A indústria está expandindo para a produção de cosméticos, fármacos e corantes”.

O consumo da erva-mate iniciou por meio de chás feitos pelos indígenas no Brasil. Na Região, o chimarrão se destaca e faz parte da tradição do sul do país. Conforme o engenheiro agrônomo, ele acompanha os melhores encontros, e se consumido em quantidade certa, traz muitos benefícios para a saúde.

Algumas pessoas colocam ervas medicinais junto, então se torna um veículo para consumir ervas como camomila, capim-limão e outras.

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