22/08/2023
Cotidiano

Governo vai negociar com Ecocataratas duplicação entre Foz e Guarapuava

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A concessionária Ecocataratas, responsável pelo trecho da BR-277 entre Foz e Guarapuava, será a primeira a ser chamada para as negociações com o governo estadual na próxima semana. Cada uma das seis empresas será convidada, separadamente, para discutir quais aspectos do contrato de concessão podem ser alterados. Técnicos do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná devem apresentar o cenário ideal, com ampliação na quantidade de obras, redução de tarifas (em porcentual ainda não definido) e ainda uma proposta para diminuição dos lucros das concessionárias.
 
Em nota, a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias declarou que as empresas “sempre estiveram à disposição para o diálogo e a negociação. O que antes não havia, e agora nos parece efetivo, é o interesse do governo em dialogar conosco respeitando os aspectos jurídicos, técnicos e econômicos dos nossos contratos”.
 
Se a proposta de duplicação de todo o Anel for considerada economicamente inviável – uma vez que cada investimento adicional tem reflexo nos valores cobrados de pedágio – , a prioridade governamental é duplicar inteiramente a BR-277, que corta o Paraná de Foz do Iguaçu a Paranaguá. Considerada um corredor de escoamento, principalmente da produção agrícola, a rodovia tem 731 quilômetros. Destes, apenas 196 são de pista dupla. Ainda mais prioritária é a duplicação do trecho de 80 quilômetros na BR-277 entre Cascavel e Medianeira, no Oeste do estado. Essa obra já está orçada em R$ 490 milhões em função de vários trechos com viadutos, pontes e trincheiras, excedendo o custo médio estimado por quilômetro.
 
Atualmente 570 quilômetros são de pista dupla e daqui até o fim do contrato, em 2022, já está prevista a duplicação de outros 570 quilômetros – que incluem, por exemplo todos os 236 quilômetros da rodovia do Café no trecho entre Ponta Grossa e Apucarana.
 
A inclusão de novas obras e a possibilidade de redução nas tarifas de pedágio estão sendo negociadas pelo governo com as concessionárias. Três reuniões já aconteceram desde o início do ano, mas a partir da próxima semana novos encontros estão previstos, desta vez apenas com técnicos e engenheiros. Com o argumento de criar um clima harmonioso para as negociações, governo e concessionárias decidiram suspender por 180 dias a tramitação de 140 ações judiciais. A expectativa é de que ao fim do prazo de seis meses, um acordo técnico tenha sido construído. Assim, os processos judiciais podem ser encerrados ou retomados.

Cristina Esteche

Jornalista

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