22/08/2023


Cotidiano Educação Guarapuava

Audiência pública nesta quinta (1°) busca endossar a greve da Unicentro

Apesar da grande adesão da greve, não existe possibilidade de suspensão do calendário acadêmico. Uma reunião deve ocorrer na semana que vem

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Apesar da grande adesão da greve, não existe possibilidade de suspensão do calendário acadêmico. Uma reunião deve ocorrer na semana que vem (Foto: Paulo Nobukuni/Adunicentro)

*Reportagem atualizada às 15h54 do dia 1/06 para inclusão de informações 

A greve na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) completou 10 dias. E o movimento grevista segue tentando diálogo com o Governo do Estado. Nesta quinta (1°), uma Audiência Pública às 19h, na Câmara de Vereadores de Guarapuava busca endossar a causa dos grevistas e mostrar a importância da universidade.

Isso porque ainda não houve um acordo para o fim da greve. O Sindicato dos Docentes da Unicentro (Adunicentro) informou ao Portal RSN, uma estimativa de cerca de 60% a 70% de adesão dos professores.

O movimento grevista continua forte e estável. Tanto que em assembleias do sindicato Adunicentro, que ocorreram em 24 e 31 de maio, nas duas semanas de greve, não houve sequer a proposta de encerramento da greve na Unicentro.

CALENDÁRIO NÃO SUSPENSO

Apesar dos dados apresentados pelo sindicato Adunicentro, o Setor de Comunicação da Unicentro afirmou que as estimativas são de 22% de adesão no campus Cedeteg, 30% no Santa Cruz e 70% em Irati. Conforme o setor, o levantamento é baseado no que foi repassado aos departamentos e também pela visualização in loco.

Dessa forma, considerando a adesão até o momento, não existe possibilidade de discussão de suspensão do calendário acadêmico. Mas o Estado informou que não vai dialogar com os sindicatos em greve. Por isso, os sindicatos unificados das universidades estão tentando destravar o plano de carreira dos professores. Uma vez que possuem docentes e técnicos que não estão em greve.

Para o presidente do Adunicentro, professor Geverson Grzeszczeszyn, a decisão da universidade traz prejuízo para os alunos. Isso porque a lei permite que a adesão da greve seja individual por parte de cada professor, sendo assim, os alunos podem ter professores em greve e outros não, em um mesmo curso, fazendo com que o horário de aulas fique “quebrado”.

Por isso o ideal seria que a universidade, por meio da reitoria e/ou Conselhos Superiores, suspendesse o calendário acadêmico. Desse modo, nenhum professor poderia lecionar, e, ao acabar a greve, a universidade adaptaria o calendário para as reposições das aulas não lecionadas na greve. Ao não suspender o calendário, a reitoria e/ou conselhos superiores criam o problema de docentes grevistas terem que repor as aulas da greve com o prazo normal do atual calendário acadêmico, em prazo exíguo ou apertado, o que também poderá prejudicar, inclusive, o aprendizado de alunos.

DIÁLOGO COM O ESTADO

A decisão do Estado de não dialogar com grevistas provocou críticas por parte da Adunicentro. Uma vez que o sindicato afirma que não houve diálogo nem com não grevistas desde de 2016.

Tanto que estamos com 42% de defasagem inflacionária nos salários. Também parece que não negocia nem com os reitores, pois a proposta de melhoria da carreira está parada nas instâncias do Governo desde que houve o envio para análise. Mas sabemos que a greve docente das sete universidades estaduais está gerando o efeito desejado. Isso porque o Governo está avaliando constantemente o movimento grevista e terá que sinalizar o atendimento de nossas reivindicações, de um modo ou outro. Caso contrário, a greve tende a se estender ao longo do tempo e, com certeza, o governador não tem interesse que isso aconteça.

Já o tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior da Unicentro (Sintesu) Fábio Horst, esclareceu que os sindicatos unificados não estão em greve e também tentam acordo com o governo. “Não para cessar a greve, mas para que o plano de carreira dos professores possa, novamente, tramitar junto aos órgãos do Governo. Até porque entendemos que é uma valorização necessária aos professores. Na semana que vem devemos ter uma reunião com a Casa Civil, com data ainda a definir.”

Panfleto com as motivações da greve (Arte: Divulgação/Adunicentro)

COMPROMETIMENTO DO ESTADO

Nesta quinta (1°), o Governo do Estado convocou os reitores da sete universidades estaduais para uma reunião para tratar da tramitação dos Planos de Carreira dos servidores das instituições de ensino superior paranaenses.

Na reunião, os representantes governamentais assumiram o compromisso de retomar os estudos para a reformulação do Plano de Carreira Docente. Isso desde que as atividades de todas as universidades voltem à normalidade. O processo, que contém a proposta apresentada pela Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Públicas (Apiesp), será encaminhado à Casa Civil.

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Vallery Nascimento

Jornalista

Jornalista formada desde 2022 pelo Centro Universitário Internacional - Uninter. Além do amor pela comunicação, ela também é graduada em Letras com habilitação em inglês. Apresenta o Giro RSN de segunda a sexta, às 18h nas redes sociais do Portal RSN.

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