22/08/2023
Economia

PG já fez dossiê para cervejarias, mas Guarapuava tem prioridade

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Os grupos Schincariol e Petrópolis (cerveja Itaipava) pediram dossiês à administração municipal de Ponta Grossa. As empresas estão estudando a implantação de uma nova unidade no Paraná. Ontem (28), o secretário de Estado licenciado da Indústria e do Comércio, Ricardo Barros, afirmou que a prioridade do Governo do Paraná é por Guarapuava. “A meta do governo estadual é industrializar o interior do Paraná. Guarapuava oferece todas as condições necessárias para atender as cervejarias que estão querendo se instalar no Estado”, afirmou Barros.
As negociações mais adiantadas estariam ocorrendo com o Grupo Schincariol, onde o investimento da indústria ficaria entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões na nova unidade fabril. Técnicos da indústria já teriam sondado, segundo Ricardo Barros, a região de Guarapuava. “Ainda é cedo para anunciarmos o investimento, mas podemos assegurar que as negociações estão adiantadas e o município de Guarapuava terá uma cervejaria”, enfatiza.
Conforme Ricardo Barros, além do eventual incentivo tributário, as cervejarias são atraídas ao Paraná pela existência de fornecedores de insumos e embalagens, como a fábrica de latas de alumínio inaugurada recentemente pela Crown em Ponta Grossa e a fábrica de malte cervejeiro da Cooperativa Agrária Agroindustrial, em Guarapuava.
O secretário licenciado informou ainda que o governo solicitou às cervejarias um relatório mostrando a previsão de faturamento de cada uma, para avaliar se vale a pena baixar a alíquota de ICMS. “A cada ponto porcentual reduzido na alíquota do ICMS, o Estado perde R$ 30 milhões por mês em arrecadação. Pedimos às empresas informações para avaliar se os investimentos compensariam essa perda. Com os números em mãos, vamos ver se é possível diminuir a alíquota ou equilibrá-la de acordo com outras questões de logística, como o frete, por exemplo”, explica Ricardo Barros
Considerando a logística paranaense, o secretário Ricardo Barros acredita que a redução dos impostos será apenas mais um atrativo para essas empresas. “Temos uma posição de infraestrutura privilegiada, com empresas fornecedoras já instaladas no estado, como a Crown e a maltaria de Guarapuava. Isso também será levado em conta numa possível revisão da política fiscal”, defende.
 
Embalagens e malte
 
Uma das atrações para que as cervejarias se instalem no Paraná é a fábrica de latas de alumínio da Crown Embalagens em Ponta Grossa, a terceira da empresa no país, que recebeu investimento de R$ 140 milhões e começou a operar há poucos meses. A capacidade de produção é de 1 bilhão de latas por ano em dois tamanhos, de 350 e 473 mililitros. A Crown fatura cerca de US$ 8,3 bilhões no mundo e, no Brasil, as receitas somaram US$ 250 milhões em 2009. A fábrica de Ponta Grossa gerou 80 empregos diretos e 80 indiretos.
O grande fator positivo de Guapuava e que pode contribuir para a instalação de uma cervejaria no município, é a Agromalte, que é a fábrica de malte da Cooperativa Agrária Agroindustrial. Operando desde 1981 no distrito de Entre Rios, a indústria é a maior de seu segmento no país. Com isso, a Cooperativa detém um market share de cerca de 20% no mercado brasileiro de malte.
Em 2009, a Agrária ampliou a Agromalte. Com investimentos de R$ 164 milhões, a capacidade instalada se elevou em 60%: de 140 mil t/ano para 220 mil t/ano. A maltaria da Agrária passou a situar-se entre as maiores e mais modernas do mundo. Ao lado de instalações modernas, a maltaria da Agrária produz malte com base em pesquisa agrícola com instituições do Brasil e da Alemanha.
O alto grau de experiência da Agromalte permitiu à indústria tornar-se representante comercial de uma das mais tradicionais maltarias da Alemanha, a Weyermann. Por isso, além do malte pilsen (nacional), também comercializamos maltes especiais.
Investimentos
Se as expectativas de investimentos se concretizarem, o Paraná receberá pelo menos R$ 510 milhões em investimentos para construção de cervejarias. Seriam R$ 300 milhões da Ambev, R$ 60 milhões da Heineken, ambas em Ponta Grossa, e aproximadamente R$ 150 milhões da Schincariol em Guarapuava.

Cristina Esteche

Jornalista

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