A Cooperativa da Agricultura Familiar de Pinhão (Cooafapi) empacotou este mês a primeira fornada de farinha de biju de milho. A agroindústria apostou no negócio e trabalha a conversão de produção convencional para atuar somente com milho não transgênico e produtos orgânicos.
Conforme a presidente da Cooafapi, Neuzelia Ferreira Kunseler, a unidade teve uma remodelação a partir dos recursos do Pró-Rural. A iniciativa recebia recursos do Banco Mundial (Bird), administrados pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Optamos pelo biju pelo fato de ser um alimento típico, muito consumido na região, além da produção de milho ser bem difundida em nossa base e porque existia uma estrutura de beneficiamento na sede da cooperativa. A política foi definida pelo impacto ambiental, pela redução de riscos para os agricultores com o uso de veneno, pela qualidade do produto final e pela possibilidade de aumento de renda.
A unidade tem capacidade para produzir até 1 mil quilos de biju por dia. O primeiro lote, de 16 toneladas, é destinado ao Programa de Aquisição de Alimentos, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Já estamos buscando mercados formais e também atender demandas da alimentação escolar. Queremos ampliar a oferta de matéria-prima e melhorar as condições de recebimento, armazenamento e redistribuição da produção, com melhores condições de controle e gestão”.
O valor total de recursos chegou a R$ 683.257,47, dos quais R$ 419.757,47 repassados pela Seab e R$ 263.500 de contrapartida. Em breve, a cooperativa receberá mais R$ 639.146,58 com a formalização de contrato da cooperativa dentro do Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná).
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A Cooafapi surgiu em 2009 e está instalada em terreno próprio de 900 metros quadrados, onde havia uma farinheira desativada. Em 2017, os cooperados colocaram em prática a estratégia de recuperação com a apresentação do projeto ao Pró-Rural.
O contrato assinado em 2018 priorizava a reforma do barracão de 648,90 metros. Além disso, previa a estruturação da agroindústria de processamento mínimo de hortaliças, cereais, legumes, tubérculos e a unidade de beneficiamento de derivados não transgênicos de milho, feijão e arroz. Também contemplou a contratação de pessoal técnico e administrativo.
O novo investimento deve chegar a partir de maio. Desse modo, os recursos da Coopera Paraná vão ser aplicados na melhoria na estrutura de armazenagem e distribuição de produção (câmara fria e furgão). Incluindo também a estrutura de gestão (kit de informática) e investimento direto em hortas ou agroindústrias nas propriedades de 42 famílias.
Atualmente os 124 cooperados espalhados por cinco municípios produzem vários tipos de verduras, legumes e frutas, panificados, carnes, sucos e cereais. Inclusive, a cooperativa já atua no beneficiamento de mandioca, frutas, legumes e, em menor escala, grãos. Hoje há 45 cooperados inseridos em grupos de produção e certificação orgânicas.
Conforme o Estado, a Cooafapi mantém parceria com o programa Paraná Mais Orgânico, e com o Núcleo Centro Sul da Rede Ecovida de Agroecologia
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