A Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) está desenvolvendo um medicamento oral que deve substituir a injeção para o diabetes tipo 2. O estudo do Departamento de Farmácia da Unicentro propõe utilizar nanopartículas para proteger as moléculas do remédio durante a passagem pelo trato gastrointestinal. Isso possibilita a liberação prolongada do fármaco proteico no sangue.
O estudo busca auxiliar o tratamento dos pacientes que tem diabetes tipo 2. Essa é uma doença crônica que afeta como o corpo processa o açúcar do sangue, a glicose. O tratamento consiste no controle da glicemia com uso de medicamentos orais e injetáveis.
De acordo com as informações, pacientes que não respondem aos tratamentos medicamentosos convencionais precisam recorrer à combinação de insulina e liraglutida, um sintético injetável que reduz o índice glicêmico. As duas injeções precisam ser aplicadas diariamente, procedimento incômodo, desconfortável e até doloroso.
PESQUISA
A pesquisa paranaense resulta num medicamento que contém insulina e liraglutida e pode ser ingerido por via oral em forma líquida. Assim, as nanopartículas transportam as substâncias pelo organismo humano. A coordenadora da pesquisa, professora Rubiana Mara Mainardes, informou que as nanopartículas atuam para proteger as moléculas do fármaco do meio ácido estomacal e das enzimas digestivas.
Assim como temos comprimidos e cápsulas que transportam moléculas, trabalhamos com as nanopartículas, que têm tamanho muito pequeno e apresentam uma série de vantagens no organismo humano, para que essas estruturas sejam mais vantajosas para os pacientes.
Mestre em química e estudante de doutorado, Jeferson Ziebarth, diz que “essa pesquisa tem grande relevância para a sociedade, pois busca novas alternativas para o tratamento do diabetes pela via oral. Os resultados das análises, até então, são bastante animadores”.
Segundo a pesquisa, houve análise das proteínas do milho e da soja, que demonstraram eficácia em características de resistência ao suco gástrico. Ele é o principal agente da digestão de proteínas pelo estômago. As proteínas mostraram um potencial significativo para o transporte de moléculas instáveis nesse ambiente, como insulina e liraglutida. Na prática, a utilização dessas substâncias vegetais proporciona uma forma estável de proteção para essas moléculas.
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