22/08/2023
Agronegócio Em Alta

Paraná tem safra recorde de feijão mas preços caem 44%

Setores exportadores, como pecuária de corte e apicultura, entram em alerta com sobretaxa de 50% anunciada pelo mercado norte-americano

Frutas,verduras,peixe e grãos no mercado municipal. (Fotos:Ari Dias/AEN)

O Paraná encerrou a colheita da segunda safra de feijão e atingiu uma produção anual recorde de quase 865 mil toneladas. Esse número consolida o Estado como o maior no ramo em âmbito nacional. Entretanto, apesar do volume histórico, os produtores enfrentam uma queda de 44% nos preços recebidos pelo grão.

Paralelamente, a imposição de novas tarifas pelos Estados Unidos gera um clima de incerteza para importantes setores de exportação, como a carne bovina e o mel. As informações constam no Boletim de Conjuntura Agropecuária, publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) para a semana de 11 a 17 de julho.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), a produção total de 864,6 mil toneladas de feijão resulta pela soma da primeira safra (338 mil toneladas) e da segunda (526,6 mil toneladas). Conforme o agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho, o resultado teve impulso por um aumento de 102% na primeira safra em comparação ao ano anterior.

Essa grande oferta, no entanto, impactou diretamente as cotações. Atualmente, a saca do feijão preto é negociada a cerca de R$ 121,00. Um valor muito inferior aos R$ 228,38 registrados em julho do ano passado. “Com maior disponibilidade interna do produto, a tendência é de redução na área a ser plantada a partir de agosto”.

TARIFAS DOS EUA AMEAÇAM EXPORTAÇÕES

Dois importantes setores do agronegócio paranaense estão em alerta, o de mel e o da pecuária de corte. A causa, conforme o Deral, se deve  à decisão dos Estados Unidos de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.

Para o setor de mel, o impacto é significativo, já que os EUA compram 84,1% do volume total exportado pelo Brasil. O Paraná, terceiro maior exportador do país, enviou 2,9 mil toneladas de mel aos americanos no primeiro semestre. O resultado somou uma receita de US$ 9,6 milhões que agora está sob risco.

Já na pecuária de corte, a preocupação é similar, pois os Estados Unidos foram o segundo principal destino da carne brasileira em 2024. A instabilidade já se reflete nos preços internos. Ou seja: a cotação da arroba bovina acumula uma queda de 5,29% em julho.

MILHO, SUÍNOS E HORTICULTURA

O boletim do Deral também atualizou a situação de outras culturas. A colheita da segunda safra de milho chegou a 29% da área plantada de 2,7 milhões de hectares. Um ritmo considerado ligeiramente acima da média, de acordo com o Deral. Contudo, as geadas de junho afetaram a qualidade das lavouras que ainda estão no campo, com uma redução de 68% para 64% nas áreas classificadas como “boas”.

No setor de suínos, o Paraná se destacou como o principal exportador de animais reprodutores de raça pura no primeiro semestre. A receita somou US$ 352 mil. Já o levantamento do Valor Bruto de Produção (VBP) da horticultura apontou uma movimentação de R$ 6,2 bilhões na olericultura. O destaque vai para a batata (R$ 1,4 bilhão) e o tomate (R$ 1,1 bilhão). A fruticultura foi liderada pela laranja, com VBP de R$ 1,2 bilhão.

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Cristina Esteche

Jornalista

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