Guarapuava – O vice-prefeito Jorge Massaro foi surpreendido por uma manifestação de estudantes que reivindicam o passe livre no transporte.
Lideranças estudantis foram até a Câmara de Vereadores na sessão de terça-feira para entregar uma carta-aberta ao vice-prefeito. Massaro participou da abertura do período legislativo.
Confira a íntegra do documento:
Carta Aberta aos Trabalhadores e Usuários do Transporte Coletivo de Guarapuava
1- Levando em consideração as distâncias de Guarapuava em relação a São Paulo, Curitiba ou Ponta Grossa, por exemplo, os usuários guarapuavanos pagam a tarifa do transporte mais cara do país;
2- Há gorduras suficientes no preço da tarifa em Guarapuava que poderiam ser convertidas no passe livre ou na redução do valor da passagem do ônibus, que beneficiaria todos os pais dos estudantes e os próprios;
3- É mentira que a gratuidade no transporte aos estudantes elevaria o preço da tarifa para os demais usuários, haja vista que no Rio de Janeiro e em Campo Grande (MS), ou regionalmente, as cidades de Maringa e Paranavaí que têm 100% da passagem gratuita e essa política não elevou o custo aos trabalhadores e aos usuários. Nem por isso essas cidades quebraram;
4- A prefeitura de Guarapuava também poderia reverter as multas eletrônicas (radares), as do Estar (estacionamento) e as de infrações no trânsito corriqueiras e o dinheiro arrecadado com a conseção da parte traseira dos ônibus para propaganda ( Busdoor ) no financiamento do passe livre. Afinal, a Secretaria de Habitação e Urbanismo ( Secretaria responsável pelo sistema de transporte) precisa ter mais transparência em seus trabalhos (que haja a participação do Prefeito nas Audiências Públicas) e a sociedade possa controlar mais o seu funcionamento;
5- O passe livre é forma mais eficaz de garantir o acesso da juventude aos bancos escolares, evitando a evasão e estimulando a inclusão social por meio da educação;
6- É fundamental que a sociedade civil organizada articule-se numa associação de usuários com os claros objetivos de realizar o controle social da tarifa e implementar o passe livre universalizado a todos os estudantes guarapuavanos. Neste sentido, propomos a realização de uma ampla audiência pública na Câmara de Vereadores com a participação da OAB, prefeitura, usuários, Direitos Humanos, trabalhadores, Ministério Público, CNBB, dentre outras entidades e órgãos representativos;
7- Além de proporcionalmente uma das tarifas mais caras do país, o sistema de transporte coletivo de Guarapuava está saturado e não atende mais as necessidades dos usuários. Há excessos de filas, demora dos ônibus e lentidão das linhas. Nos horários de pico, na ida ao trabalho e na volta à casa, o usuário precisa travar uma verdadeira guerra nos terminais para poderem entrar nos coletivos;
8- Uma das formas para o barateamento da passagem seria o fim do monopólio no transporte coletivo. A abertura para outras empresas geraria disputa de preços para conquistar mais clientes e quem ganha com isso é o usuário.
9- Por fim, apelamos ao senhor prefeito Luiz Fernando Ribas Carli para que tome a iniciativa do diálogo com os movimentos da sociedade; que adote uma atitude construtiva no sentido de encontrar uma solução para esta justa e histórica reivindicação dos estudantes e dos usuários do sistema de transporte coletivo de Guarapuava.
Guarapuava, 10 de fevereiro de 2009.
UNE, UPE, UBES, UPES, DCE/ UNICENTRO e Grêmios Estudantis.