Câmara articula bloco político-econômico por hub logístico regional

A Câmara de Guarapuava, lidera um movimento pelo desenvolvimento regional, com a articulação de mais de 20 municípios. De acordo com o Presidente da Mesa Executiva, Pedro Moraes (MDB), uma ‘Carta Manifesto”, com mais de 150 assinaturas de vereadores da Região vai ser entregue ao Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Alexandre Curi (PSD).

A sessão itinerante está ocorrendo no Centro de Eventos Cidades dos Lagos, em Guarapuava. Pedro Moraes também solicitou que as reivindicações integrem o plano de governo de Curi, que é pré-candidato à sucessão do governador Ratinho Junior.

Este documento, no entanto, não é apenas uma lista de reivindicações. Trata-se de um projeto estratégico de longo prazo (30 anos) para destravar o potencial agroindustrial da Região Central do Paraná. Para isso, conforme Pedro Moraes, o foco se pauta na criação de um Hub Logístico Regional Moderno e Multimodal.

É preciso um planejamento que integre ferrovia, rodovia e aeroporto de cargas.

O POTENCIAL DO AGRO E A NECESSIDADE DE LOGÍSTICA

A Região Centro-Sul do Paraná, com a centralidade geográfica e força no agronegócio, possui um potencial econômico reprimido por uma infraestrutura defasada. A Carta-Manifesto argumenta que o desenvolvimento não virá de ações isoladas. Mas sim da integração e do planejamento coordenado entre os municípios.

O objetivo, de acordo com o documento, é transformar a Região em um polo de Ciência, Tecnologia, Inovação (CT&I). Assim como, em um centro de distribuição estratégico para o país, garantindo o escoamento eficiente da produção agrícola e atraindo indústrias de alto valor agregado.

Em defesa de um ‘hub’ logístico integrado, a Carta aponta pontos cruciais. Conforme Pedro Moraes, há a necessidade urgente de Estudos Técnicos, Econômicos e Ambientais (EVTEA) para basear o Hub Logístico.

O projeto precisa ser multimodal e abrangente, incluindo a duplicação de rodovias, a ferrovia de última geração, e a implantação do novo aeroporto.

Além disso, a carta propõe a criação de um Comitê Permanente de Desenvolvimento Regional para dar sustentação aos projetos. Assim com o envolvimento direto de todos os municípios (Prefeituras, Legislativos, Entidades de Classe).

RODOVIAS DUPLICADAS E INTEGRADAS

A duplicação da BR-277, PR-170 e PR-466 não pode ser um fim em si mesma. Mas sim um meio para o desenvolvimento econômico. Conforme propõe a Carta, as obras devem ser aceleradas e integradas a um Plano Regional. Dessa forma, aponta Pedro Moraes, vai atrair indústrias e centros de distribuição, evitando o risco de serem investimentos caros, mas de baixo impacto socioeconômico.

Já em relação a atual ferrovia, implantada nos anos 1950, se mostra defasada e ineficiente. A Carta cobra que a Região receba o mesmo tratamento de outras, exigindo a implantação de um novo traçado ferroviário, moderno e eficiente, que inclua Guarapuava na Nova Ferroeste.

A Região não pode aceitar ficar décadas atrás.

Outro ponto crucial do manifesto questiona qual é a validade de investir R$ 50 milhões na reforma do atual aeroporto, que já nasceu limitado. Assim sendo, a proposta passa por avaliação da construção de um novo sítio aeroportuário, com pista superior a 2.500 metros e vocação para cargas e passageiros, planejado para os próximos 30 anos.

Um aeroporto verdadeiramente regional exige a participação efetiva dos municípios na definição da localização e no potencial empreendedor de seu entorno.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

O manifesto parte do princípio de que infraestrutura sem projeto econômico é insuficiente. Conforme Pedro Moraes, a infraestrutura só trará frutos se for acompanhada de um projeto estratégico de desenvolvimento econômico. A Região forma cerca de três mil universitários por ano, mas retém menos de 5%.

O Manifesto reivindica um Plano Regional de Desenvolvimento Econômico, focado na retenção de talentos, atração de investimentos e valorização do conhecimento gerado pelas universidades, amplificando a sinergia com o mercado de trabalho.

O documento finaliza apontando a ‘janela’ de oportunidade histórica atual. Para que isso ocorra se faz necessário: mobilização empresarial, vontade política e potencial logístico/educacional. No entanto faz um apêncide, condicionando o sucesso à visão estratégica e ao planejamento de longo prazo.

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