22/08/2023
Em Alta Política Região

Câmara derruba moção de repúdio em tentativa de manobra política

Vereador que tentou usar a Câmara de Pinhão para caso supostamente ocorrido em outro município não prova e acaba sendo denunciado na polícia

A Câmara Municipal de Vereadores de Pinhão rejeitou a moção de repúdio apresentada pelo vereador Luciano Padilha contra Thiago Biasebetti. Na sessão marcada por debates acalorados, a maioria dos parlamentares considerou que a proposta não possuía interesse público. Mas, sim, se tratava de uma tentativa de usar o espaço legislativo para fins pessoais.

De acordo com vereadores, a moção pretendia produzir uma “prova” favorável a Luciano Padilha em um processo judicial que envolve o próprio autor da proposta. Há audiência marcada para 12 de novembro de 2025 na Comarca de Pinhão.

Durante a sessão, o próprio vereador Luciano reconheceu que não estava presente em Reserva do Iguaçu no dia da suposta coação. Fato esse que fragiliza a narrativa dele, já que não há coação sem vítima. As ‘provas’ apresentadas pelo parlamentar se constituem em apenas um vídeo. Conforme a gravação, há duas pessoas caminhando por um corredor de um ambiente público, consideradas insuficientes e sem qualquer valor probatório mínimo para sustentar as acusações.

Esse vídeo entrou em confronto com declaração oficial do advogado Adriano Pazzin. O jurista confirmou ter sido ele quem esteve em Reserva do Iguaçu solicitando documentos. De acordo com o jurista, ele se colocou à disposição para ratificar esse fato em juízo. Além de encontrar-se disposto a esclarecer esse fato na tribuna da Câmara.

Outro ponto que chamou atenção foi a postura do vereador Josiel Silva. Durante a sessão, ele se absteve da votação. Essa conduta, segundo vereadores, expôs uma manobra política marcada pela contradição do vereador Josiel Silva. Conhecido por se declarar historicamente como oposição e, mais recentemente, por se dizer parte da situação, Josiel optou pela abstenção.

Ele [Josiel]  demonstrou um esforço para beneficiar diretamente seu antigo companheiro de campanha, o vereador Luciano Padilha.

A tentativa, no entanto, acabou sendo frustrada. A maioria dos vereadores manifestou apoio a Thiago Biasebetti e também repúdio ao uso do espaço legislativo para interesses pessoais.

DESDOBRAMENTO

O caso ganhou novos desdobramentos que fragilizaram a estratégia do vereador Luciano Padilha. A Delegacia de Polícia acolheu formalmente as declarações de Thiago Biasebetti e considerou as alegações de Luciano sem provas concretas. O inquérito foi remetido ao Ministério Público, onde Luciano Padilha figura como autor do fato. Em contrapartida, Thiago Biasebetti figura como vítima, conforme o processo n.º 0003166-34.2025.8.16.0134, em tramitação na Comarca de Pinhão.

Os vereadores que votaram contra a proposta destacaram que o espaço legislativo “é da população, não de quem quer transformar um processo pessoal em espetáculo político”. Disseram também que  a “Casa não admitirá o uso como instrumento de interesse pessoal ou político, preservando sua imagem e o interesse público em detrimento de manobras individuais e alianças oportunistas”.

O Portal RSN tentou contato com Luciano Padilha e com Josiel Silva, mas não obteve êxito.

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Cristina Esteche

Jornalista

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