22/08/2023
Saúde

60% dos idosos brasileiros são Hipertensos

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A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença grave e silenciosa que atinge a maioria da população do País com idade acima dos 60 anos. Assintomática, a pressão arterial ocorre quando a força exercida pelo coração encontra resistência dos vasos sanguíneos em manter-se abertos para liberar a circulação de sangue para o corpo todo. O entupimento das artérias obriga o coração a bater mais rápido, o que pode danificar o órgão e elevar as chances de enfarte, derrame e problemas renais, segundo o Prof. Dr. Luiz Bortolotto, cardiologista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (Incor).

Como muitos sabem, a pressão baixa também pode acometer a população, porém, não é considerada uma enfermidade, mas há casos em que o corpo manifesta uma maior fraqueza em razão da diminuição da circulação do sangue pelos órgãos decorrente da desidratação ou algum tipo de sangramento, afetando pessoas com menor estatura e muito magras, especialmente os idosos.

Segundo o cardiologista, estima-se que 30% da população brasileira seja hipertensa e que 60% dos idosos tenham a patologia. A principal manifestação do problema deriva do antecedente familiar, seguido pela obesidade, consumo abusivo de sal, sedentarismo, crises contínuas de estresse, excesso de álcool e de tabaco. O agravamento da hipertensão é relacionado também ao fato da enfermidade ser de origem assintomática, ou seja, os sintomas não se manifestam, e isso ocorre em pelo menos 90% dos casos registrados no País.

A incidência da hipertensão é maior entre os pacientes acima dos 60 anos devido à longevidade e envelhecimento do corpo, momento em que os vasos sanguíneos tornam-se mais rígidos e dificultam a passagem do sangue ao coração. Portanto, para evitar a hipertensão, o ideal é realizar o teste de pressão uma vez por ano.

Pressão alta na gestação

Entre as grávidas, a hipertensão não é tão comum quanto entre os idosos, mas a porcentagem está em cerca de 5 a 10%, sendo igualmente preocupante. “Embora não seja um número alto, é alarmante da mesma forma, pois a enfermidade é a principal causa de morte materna no Brasil”, alerta o Dr. Luiz Bortolotto. O grupo de risco é formado pelas gestantes obesas e que possuem histórico familiar da doença, e que ainda apresentam indícios como inchaço, dor de cabeça, tontura e dores abdominais. Visto que maus hábitos alimentares comprometem a saúde da mãe e filho, elas devem seguir caminhos saudáveis assumindo uma alimentação adequada e buscando práticas de esporte para fugir do sedentarismo.

Controle a pressão

Para diagnosticar a pressão alta, o cardiologista explica que o exame consiste em três medidas da pressão, visto que apenas uma pode não ser suficiente para detectar a patologia. Uma vez confirmado o quadro, o tratamento tem início com medicamentos e mudança radical do estilo de vida como a diminuição do sol nas refeições (o consumo máximo recomendado é de cinco gramas por dia ou 3 colheres rasas de café), perder peso se estiver obeso ou mantê-lo, realizar atividades físicas três vezes por semana durante 30 minutos e reduzir a ingestão de álcool e cigarro.

Ainda que a doença não tenha cura, o controle é eficaz no tratamento. Assim, a recomendação é ainda mais severa para os idosos, pois não podem realizar qualquer tipo de exercício físico, sendo essencial que o paciente consulte um especialista que indique a melhor prática física para o seu caso. Outras recomendações como consumir bastante líquido para evitar a desidratação e seguir à risca o uso da medicação garantem ao hipertenso uma melhor qualidade de vida.

Cristina Esteche

Jornalista

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