Fazendeiros mantem a tradição de doar gado para a festa da Padroeira

A tradição dos fazendeiros do município doar o gado para a festa da Padroeira de Guarapuava, Nossa Senhora de Belém, comemorada no dia 2 de fevereiro, é preservada em Guarapuava. Se já não existem mais os preparativos que duram meses quando as mulheres, principalmente, as solteiras escolhiam os melhores tecidos para a confecção dos vestidos, e nem as Cavalhadas, folclore que começou na Praça 9 de Dezembro durante a festa, os festeiros – como são conhecidas as pessoas que contribuem com a festa – continuam o costume.

Para este ano foram doadas 43 cabeças de gado, das quais 33 foram assadas e 10 serão vendidas a açougues da cidade. “Começamos a entrar em contato com os doadores há mais de um mês e o abate aconteceu ontem”, disse João Amazonas Brito, que há 30 anos coordena esse setor.
Os três mil espetos com carne colocados à venda e a carne que será vendida crua devem resultar em R$ 80 mil, recurso que será investido na obra da nova igreja.
“Não dá para ficar sem o churrasco de Nossa Senhora de Belém. Essa carne é sagrada e a gente está contribuindo com a catedral”, disse Antonio Carlos Ferracini, que compra na festa desde os tempos de criança. “A gente cresceu vindo com os pais nas novenas, nas barraquinhas e depois almoçando na festa. Não dá para perder essa tradição e hoje eu trago meus filhos”, diz, enquanto escolhe o melhor pedaço de carne.

As doações acontecem de todos os lados. “O espeto de madeira está ficando cada vez mais difícil, mas mesmo assim a gente ganha. A lenha quem nos deu foi o vereador Edony Kluber. Sempre aparece alguém disposto a contribuir com a festa”, diz João Amazonas. Trinta assadores voluntários começaram a trabalhar já na sexta-feira (01). “Hoje às 5 horas da manhã todos já estavam aqui”, diz João Amazonas.

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