Existem atitudes que por mais que tente não consigo entender. Tomo com base para esta indignação a iniciativa de um dos dois filhos do sanfoneiro Dominguinhos, um dos maiores nomes da música brasileira. O "rei do forró" está internado, em coma, lutando para sobreviver a um câncer de pulmão. Enquanto ele trava uma guerra contra a morte o filho aciona a irmã judicialmente para saber quem vai administrar os bens do artista e ainda divulga que o pai não vai resistir à doença.
São atitudes como essa que me fazem questionar o ser humano. Sei que não se deve generalizar, mas sei de tantas outras iniciativas de brigas entre familiares por causa de bens materiais que me levam a essa reflexão. Até que ponto os laços familiares são mais importantes que posses ou vice versa? É claro que a corrida díária na luta pela sobrevivência é grande e tende a ficar cada vez maior. Todos buscam condições de terem uma vida digna. Mas romper relacionamento com a família por causa de "herança" é um fato que não consigo aceitar. Bem, pior ainda é romper por causa de boatos, de versões unilaterais, por política e tantas outras mesquinharias. Isso me faz plagiar um velho amigo, Galdino, e, infelizmente, concluir que o ser humano não deu certo.