Fechem as portas dos estádios, futebol agora só no tribunal. Essa é a triste realidade do futebol brasileiro,nos últimos anos muito mais se decidiu dentro de um tribunal do que propriamente dentro de campo, chegamos ao cúmulo agora de assistirmos em tempo real a sustentação de advogados e a decisão de juízes sobre o futuro dos nossos times.
Foi-se o tempo em que se torcia por uma grande jogada do meio campo ou atacante do nosso time, que gritávamos a cada bola tirada pelo zagueiro ou defendida pelo goleiro. A defesa e o ataque agora usam terno e gravata e é nas mãos dela que está a decisão de cair ou subir, vencer ou perder, ficar com o caneco ou de mãos vazias.
Trocamos a justiça do campo de jogo pela justiça dos estatutos, códigos e regulamentos, que convenhamos nem é tão justa assim.
Afinal as contradições de procuradores e julgadores, vide o caso de Paulo Schmitt em 2010 e na atual discussão, e as decisões estranhamente favoráveis sempre aos mesmos clubes me fazem duvidar dessa tal justiça.
Confesso também que o futebol não é a mais fiel forma de justiça, afinal quem joga melhor nem sempre ganha, há impedimentos não marcados, pênaltis simulados e muitas outras coisas, mas mesmo assim, com todas suas contradições eu fico com Muricy Ramalho e sua teoria de que a bola pune e presenteia.
Prefiro a justiça dos deuses do futebol e o bate canela dos domingos em frente a TV à justiça das acaloradas discussões em um tribunal, transmitidas em um “lance a lance” na internet. Contudo, pareço andar na direção errada e o futebol caminha cada vez mais para o lado jurídico, então fechem os estádios, futebol agora só no tribunal.
Com Assessoria